Voltar a Mysore é sempre um desafio!
Imensas horas de viagem, todo um dia dentro de aviões, e depois mais umas quantas horas dentro de um carro, que normalmente se move em modo de "speed" porque é conduzido com música de Karnataka em alto e bom som, sendo apenas interrompida pelas milhentas e incontáveis buzinadelas dadas pelo nosso condutor. Que poderia perfeitamente estar dentro de um jogo de computador, porque de cada vez que aparece um carro, a regra deve ser apitar, e ele apita, apita e apita, a mostrar que estamos na estrada, desvia-se do carro e continua em velocidade, porque deve ser a regra, para ir repetindo as buzinadelas e razias a cada carro, mota, camião, e que camiões!
Mas estamos tão cansados, que venham as buzinadelas, as "razias" por milímetros a camiões que parecem verdadeiros gigantes de estrada, que comparados com o carrinho onde estamos, dá vontade de rir, para não chorar!
Quando finalmente entramos nas ruas de Gokulam, apesar da nítida exaustão dos nossos rostos, sorrimos, porque sentimos que chegámos a casa. Deixar malas, reparar no estado da casa que escolhemos, fazer lista de compras de itens que precisamos, sair para a rua para primeiro de tudo, bebermos o nosso primeiro coconut em frente ao Shala. Ainda está a haver aula e nota-se que estamos em época alta, há pessoas à espera nas escadas cá fora para entrarem e começarem a praticar... Reencontramos alguns dos nossos amigos de outras temporadas, que já terminaram a prática, e estão a recuperar líquidos com a especial e maravilhosa água de coconut. Colocamos a conversa em dia até me dizerem para ir descansar, o que me faz lembrar outra vez que não durmo há um dia! Caminho pelas ruas até ao famoso templo de Ganesha, tiro a foto que agora parece ser da praxe, dia sim, dia não, há uma igual nas redes sociais, parece que vimos todos pedir ajuda, benção aos Deuses, mesmo que sejamos católicos, judeus, e até descrentes de qualquer religião!
Mysore leva-nos a conectarmos com a religião e acabamos inspirados por todas estas imagens, cultos, rituais, e lá pedimos ajuda para a primeira aula de amanhã, mas também para todas as restantes.
Outro grande momento é quando entramos no Shala, para fazer a inscrição, olhar para o nosso professor directamente pela primeira vez, depois da nossa última viagem. Sorrir por ver as diferenças naquela casa de prática. Já não há tapetes a forrar o chão, já não vão haver aquelas aulas onde calhou-nos o lugar onde os tapetes se cruzavam uns com os outros, verdadeiras armadilhas ao alinhamento na postura, verdadeiros desafios aos nossos limites mentais, que mostram de perto que não há condições perfeitas, há o que há! E praticamos, damos o nosso melhor e tudo correrá bem, seja naquele lugar, em cima do palco, ou no lugar em frente à porta de entrada. E só quando saí do Shala, para ir finalmente descansar, pensei nisto, não criar expectativas! Ir para a prática, colocar o tapete, dar o meu melhor, aproveitar estar nesta casa de prática, neste país, e abrir o coração mais um pouquinho. WITH LOVE FROM INDIA...
Gente lá de casa, vocês por aí façam o mesmo, estiquem o tapete, para dar o vosso melhor, aproveitar a prática, a nossa casa, da qual já tenho saudades, o nosso país tão especial, para abrir um pouquinho mais o vosso coração. Boas práticas!
EN
Coming back to Mysore is always a challenge!
Huge hours of travel, a full day on airplanes and then a few more hours in a car that normally moves in mode of "speed" because it is conducted with Karnataka music in loud and clear sound, which is only interrupted by thousands and countless honks given by our driver. Who could perfectly be in a computer game, because everytime a car appears, the rule must be beeping, and he beeps, beeps and beeps, to show that we are on the road, he deviates from the car and continues on speed, because it should be the rule, and keep repeating the honks and deviating just with few millimeters from the each car, bike, truck, and what a truck! But we are so tired, that bring on the honks, the raids and the deviation by millimeters from trucks that seem real giants of the road, which compared with the car where we are, makes you want to laugh, for not crying!
When we finally entered the streets of Gokulam, despite the sharp depletion of our faces, we smile, because we feel that we got home. We leave bags, notice the condition of the house we chose, we make a shopping list of needed items, to go out into the street to first of all, to drink our first coconut in front of Shala. It is still happening classes, and we note that we are in high season, there are many people waiting on the stairs out of the Shala, waiting to enter and start practicing ...We re-found some of our friends from other seasons, that have ended the practice, and are recovering liquids with the special and wonderful coconut water. We put our conversation in day until they tell me, that I should go and rest, which reminds me again that I have to go sleep! We walk on the streets in direction to the famous Ganesha temple, shot the photo that now seems to be the usual, day in, day out, there is an equal in the social networks, it seems that we are all looking for help, blessing of the gods, even if we are Catholics, Jews and even unbelievers in any religion! Mysore brings us to connect with the religion, we just get inspired by all these images, cults, rituals, and there we ask for help for the first class of tomorrow, but also to all others.
Another great moment is when we enter the Shala to sign up, look at our teacher directly for the first time after our last trip. Smiling to see the differences in this house of practice. There is no carpet to cover the floor, will not going to happen those classes, which happened to us when the carpets were there, and we stayed on the spot where they crossed with each other, true traps for the alignment in posture, real challenges to our mental limits that show closely, there is no perfect condition, there is what there is! And we practice, do our best and all will be well, even if we stayed in that place, on stage, or in the place in front of the entrance door. And only when I left the Shala, to go finally rest, I thought about it, not create expectations! Go to practice, put the mat, do my best, enjoy being in this house of practice, in this country, and open my heart a little bit more.
WITH LOVE FROM INDIA ...
People from our home practice, do the same, stretch the mat, give your best and take advantage of the practice, of our home, which already I miss, our special country, to open a little more your heart.
Happy practicing!
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