quarta-feira, 26 de setembro de 2012

ASHTANGIS OF MY TIME - JOHANNA GJESTLAND


NAME: Johanna Gjestland
AGE: 32
PLACE OF BIRTH: Norway
PROFESSION: Student
YEARS OF PRACTICE: 12 years

WHEN AND HOW ASHTANGA YOGA ENTER IN YOUR DAILY LIFE? 
I was introduced to Ashtanga Yoga 12 years ago. I was supposed to go to a classe at a dance studio in Oslo, but somehow ended up in a tiny yoga studio instead, where i met my first teacher, Naema Noor. I can´t really tell what made me go there, but i had a friend who had practiced there a fw times, so i guess that triggered my curiosity. At that time, there where no estabilished Mysore studios in Oslo, so for years i only practiced a few times a week in the afternoon. Sometimes i wuite practising for months, but i always endend up going back to Yoga. Something was there...

DO YOU RECOGNIZE ANY MOMENTS THAT HAD BEEN THE REASONS FOR YOUR DECISION TO BECOME A TRADITIONAL ASHTANGI - MEANING PRACTISING THIS YOGA METHOD 6 DAYS PER WEEK? 
Some people might just decide to start Ashtanga, "all-in" 6 daus a week from the first day, but for me that was something which developed gradually. I used to to gymnastics so in the beginning i was most amazed with the physicak effect the yoga had on my body. Even though i liked the physical change i started seeing in my body, i also loved staying up late, having later dinners with friends... I had a busy job at a big clothing firm...and did not want to give that up for a morning practice. But sometimes i did go to a morning practice, and i can still remember how my teacher Alex Medin, suggested that i should try to come more often. It took years to get used to the early morning practice, and a lot of changes in my way of living had to be made to fit the "new schedule". 

YOU ARE FINISHING YOUR STUDIES IN NUTRITION DO YOU RECOGNIZE ANY LINK BETWEEN THE FOOD THAT WE EAT AND THE QUALITY OF OUR PRACTICE? EXPLAIN US YOUR POINT OF VIEW. 
I think the saying:"You are what you eat" says a lot, and i will definitely say that there is a link between what we eat and our practice. I will not state what i think os correct to eat or not, because i think it is important to remember that we are individuals, with different nutritious needs, but what i can say is that eating a light, variated, vegetarian based diet, which are known to yogis as a Sattvic diet, will most likely affect your practice in a positive way. I think some yogis get too obsessed with what they eat/ or not eat!, and practising Ashtanga, which is a strong physical practice, will not benefit from dieting and starvation. The Yoga practice most often makes you want to eat light and healthy anyway, and i think it is important to listen to your body, and not force on a certain diet. 

THERE ARE A LOT OF ADVERTISEMENT IN MAGAZINES, BOOKS, MOVIES THAT SEND THE IDEA THAT YOGA, SPECIALLY THIS KIND OF PRACTICE LIKE ASHTANGA, HELPS PEOPLE TO LOOSE WEIGHT. DO YOU THINK THAT JUST YOGA CAN HELP YOU TO LOOSE IT, OR IT CAN´T BE JUST THIS? 
There is only one way to loose weight. Easily explained, that is to spend or burn more energy in form of exercise than the amount of energy you take in form of food. The body burns a certain amount of energy day without doing anything, but if you want to burn more then you need to do some kind of physical exercise. If a person starts to go to Yoga one hour a day, when he/she used to sit in the sofa, the person can loose weight doing Yoga, without changing the diet, but if he / she also changes his/her diet the change in body composition is more likely to happen. 
IN GENERAL, IF YOU HAD TO ADVICES US TO EAT HEALTHY, WHAT WOULD YOU RECOMMEND US TO ADD IN OUR ALIMENTATION. SPECIFY TYPES OF FOOD AND HABITS OF EATING. 
I tried to avoid this in your question above, but in general i think is important to have a variety diet. If you base your diet around vegetables (lots of greens!) including beans and lentils, grains, fruit and nuts, and rather eat smaller portions, more ofthen that two big portions a day, you will probably feel that your body is "happier". Some people need to take supplements because of their metabolic status, because of climate or other reasons, but not all people do. In Ashtanga we sweat a lot, and when sweating we loose minerals, so making sure that your mineral needs are covered might be a good tip. I will also recommend eating nuts (ex. walnuts!) or taking some kind of oil to cover your need of essential fatty acids. One last advice: make sure you eat some fat (avocado, nuts, flaxseed oil, hempseed oil, or other kinds of seeds) with your veggies so that you facilitate the absorption of the fat soluble vitamins (A, D, E, K). These vitamins will not be absorbed in to the body without fat present. 

IN A WORLD THAT LIVES FOR THE OUTSIDE, OUR ASHTANGA YOGA BRING US BACK TO OUR INSIDE. CAN YOU DESCRIBE US IN A SMALL SENTENCE, WHAT YOU FEEL AND EXPERIENCE EACH TIME THAT YOU DO YOUR ASHTANGA PRACTICE. 
I feel gratefulness to my teachers and guiders, and a peaceful mind. 

THANK YOU!


* photos taken by personal archieve, Cascais, 2012.


ASHTANGIS OF MY TIME

 ASHTANGIS DO MEU TEMPO é o título do novo ciclo de entrevistas que tenho estado a desenvolver junto de um conjunto alargado de praticantes de Ashtanga Yoga. Mulheres e homens, portugueses ou de outras nacionalidades, grupos etários distintos, com diferentes profissões e que têm em comum o Ashtanga Yoga.

O objectivo destas entrevistas é apresentar de forma sucinta histórias de prática e de vida, mostrando inspirações e motivações, obstáculos e dificuldades, conselhos e dicas.

Uma série de histórias baseadas nas suas vivências como praticantes e  de como estas experiências são utilizadas nos quotidianos.

ASHTANGIS DO MEU TEMPO é um projecto que nasceu de conversas com praticantes amigos e conhecidos, que partilharam novas ideias sobre esta prática, formas de executar as posturas e superar alguns obstáculos, de como viver intensamente cada respiração, ou de como levam aquela hora e meia passadas no tapete  para o resto dos seus dias.

Espero que gostem de as ler, tanto como eu gostei de as fazer.
Boas práticas!
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ASHTANGIS OF MY TIME, is the title of a new cycle of interviews that I have been developing together with a large group of Ashtanga Yoga practitioners. Men and women, Portuguese or other nationalities, different age groups, with different professions, and they all have Ashtanga Yoga in Common.
The objective of the interviews is to present in a succinct way the stories of the practice and of life, showing inspiration, motivation, obstacles, difficulties, advice and tips.
They are a series of stories based on the life experiences as practitioners and how these experiences are put to use in our daily lives.
ASHTANGIS OF MY TIME is a project that came from conversations with practitioner friends and acquaintances who have shared new ideas about the practice, ways of carrying out the postures and overcoming certain obstacles, how to intensely live each breath, or how to take that hour and a half spent on the mat through into the rest of your life.

I hope you like what you read, as much as I have enjoyed doing it.
Happy Practicing.

*Photo from personal archieve and illustration from Boonchu Tanti. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

HAVING A TOUGH MORNING PRACTICE...








Existem várias razões que podem tornar a nossa prática de Ashtanga Yoga mais díficil. Seja porque dormirmos pouco, comemos demasiado na noite anterior ou acordarmos em cima da hora da aula e tivemos de carregar com mais força no pedal da aceleração, ou darmos mais aos pedais da nossa bicicleta, sem tempo para despertarmos com calma e prepararmo-nos para o nosso Yoga. As causas que definimos como motivos para termos  uma prática má ou difícil são inúmeras e a maior parte das vezes, completamente distintas. Se alguns dias conseguimos identificar um motivo, ou um conjunto de motivos aparentes que justificam o porquê de um prática ser mais cansativa, há dias que não encontramos qualquer razão.

Até que ponto o antes da prática pode influenciar a hora e meia em que estamos em cima do tapete? Até que ponto o dormir bem, o comer bem, o acordar com alguma antecedência podem ajudar a que tenhamos um Yoga mais sentido e tranquilo, versus uma prática cansativa e superficial?

Embora tenhamos práticas de Ashtanga Yoga semelhantes, somos detentores de corpos e mentes diferentes, ritmos distintos e gostos únicos. Há praticantes que acordam em cima da hora da aula e não mostram qualquer problema na hora de praticarem, outros que precisam obrigatoriamente de acordar 1 a 2 horas antes do seu Yoga matinal, para terem tempo para despertarem o seu corpo e estar plenamente activos na hora de pisarem o seu "mat". Uns necessitam de uma chávena de chá ou café e outros não bebem nada. Há os que fazem  uma pequena meditação antes de iniciarem os primeiros movimentos de Surya Namaskar, enquanto que outros preferem estender o tapete, dizer mentalmente o mantra e começarem a prática. Os que gostam de se "esticar" um pouco antes de principiarem o seu Ashtanga e os outros não gostam de fazer nada para "aquecer". Os rituais são diferentes, não existem guias com uma lista de premissas concretas e válidas que aquando seguidas trazem uma prática fluída, consciente, estável e tranquila.

O Yoga não é uma realidade estritamente física, porque acomoda aspectos do plano mental, emocional e energético. Falar de uma lista de itens que devemos seguir antes da prática matinal não será válido, porque o que funciona com uns, poderá não resultar com outros.  Mas para ajudar todos os praticantes desta nossa casa de prática que pedem conselhos sobre o que fazer para estar com mais energia pela manhã, aqui ficam algumas ideias base, caberá a cada um de vocês experimentarem e validarem a sua eficácia.


Tentem comer  uma refeição leve na noite anterior,
dormirem entre 7 a 8 horas,
acordarem com tempo suficiente para
tomarem um duche morno e fazerem com calma a vossa higiene,
bebam uma chávena de chá ou tisana,
leiam um pouco ou meditarem criando o ambiente interno para a prática.
Não aconselho gastarem muito tempo com leitura ou com escrita de emails profissionais repletos de preocupações, ou estadias prolongadas pelo mundo do Facebook, se gostam de ligar o computador logo pela manhã, tentem encontrar um  equilíbrio entre o tempo que ficam online e o ambiente introspectivo que pretendem criar para o vosso Yoga.
Não tomem o pequeno-almoço (antes da prática), se têm tensão baixa bebam um chá ou se necessário, comam apenas uma peça de fruta, que sintam que tenha fácil digestão.

Se seguiram estes pequenos conselhos ou outros que estão a experimentar, e mesmo assim sentiram que o vosso corpo esteve particularmente pesado, tenham paciência com vocês mesmos, resgatem a atenção na respiração, dêem o vosso melhor e não forcem. Por mais difícil que possa ser aceitar e continuar, tentem... com certeza que voltarão ou começarão a sentir o corpo aos poucos a ceder, a respiração a ficar mais estável e a verificarem que depois da tempestade vem a tal da bonança.
Boas práticas!

*Ilustração de Boonchu Tanti e foto retirada de arquivo pessoal.

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There are several reasons why our Ashtanga yoga practice can become more difficult day to day. It could be because we slept little, ate too much the night before, or we wake up literally just before the class is about to start, and we have to really step on it or cycle like crazy to get to class on time, without a  moment to wake up calmly and prepare ourselves for our Yoga practice.  The causes of a bad or difficult practice are many and most of the time completely different.  If some days we manage to identify a cause, or a few causes as to why a practice is more tiring, there are some other days that we can't find any reason at all.

Until what point can the time before practice influence the hour and a half that we are on top of the mat? Can sleeping and eating well, or waking up a little earlier help us have a better and more deep and tranquil practice versus a more tiring and superficial one?

Although we all have similar Ashtanga Yoga practices, we all have different minds and bodies, different rhythms and likes. There are practitioners who get up just before the class and do not have any issues, others need to get up 1or 2 hours before the morning Yoga class, so they have time for their bodies to wake up and be completely active before stepping onto their mat. Some need a cup of tea or coffee and other don’t drink anything. There are those who do a small meditation before starting the first movements of Surya Namaskar, whilst others stretch out their mat, say the mantra to themselves and start the practice. There are those that like to stretch a little before starting their Ashtanga and others who don’t like to do anything to warm up.  The rituals are all different, there are no guides with a set list of things to do before a class, which when followed brings a fluid, conscious, stable and peaceful practice.

Yoga is not a strict physical reality, because it incorporates mental, emotional and energetic aspects. To speak of a list of items that we should follow before a morning practice would not be right, because what works for one, may not work for another.  But to help the practitioners of our house of practice who ask for advice on what to do to have more energy in the morning, here are some basic ideas, it is up to you to experiment and check their efficiency.

Try to eat a light meal the night before.
Sleep between 7 and 8 hrs.
Wake up with enough time to take a morning shower and take time calmly with your hygiene
Drink a cup of tea or Tisana
Read a bit or meditate creating an internal ambience for the practice.
I do not suggest spending time on reading or writing professional emails full of worries, or prolonged studies in the world of Facebook, if you like to turn on the computer only in the morning, try to find a balance between the time you spend online and the inner atmosphere that you create for your Yoga.
Do not eat breakfast before practice, and if you are stressed drink a tea or what is necessary, eat just a piece of fruit that is easy to digest.

If you follow these small bits of advice or others that you are experimenting with, and you still feel your body is particularly heavy, have patience with yourself,  take your attention back to the breath, do your best and do not force yourself.  It is more difficult to accept it, continue, try… for sure you will go back to or start to feel the body give in, the breath will be more stable and you will see that calm does come after the storm.
Happy Practicing!

* illustration by Boonchu Tanti, and photo from personal archieve.


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

WORKSHOPS, INTENSIVES & RETREATS




Quando comecei a praticar Ashtanga Yoga não haviam muitos workshops, intensivos & retiros. Os que existiam eram esporádicos e sinónimos de serem casas cheias de praticantes emergentes e ansiosos por conhecerem um professor mais experiente que vinha a Portugal partilhar connosco os seus conhecimentos e perspectivas. Eram dias intensos de prática que causavam verdadeiras      transformações na forma como sentíamos o Ashtanga e que naturalmente influenciavam a maneira como pensávamos e vivíamos os nossos quotidianos.

Os anos passaram e apareceram novos professores nacionais, novas casas de prática, mais praticantes e todo um processo de maturação do Ashtanga Yoga em Portugal, surgiram também mais workshops, intensivos e retiros. Como somos um país pequenino, como estamos muito centralizados na Grande Lisboa e como agora a oferta é muita, vemo-nos obrigados a escolher. Lemos meticulosamente os programas dos cursos, o histórico dos professores convidados e acabamos de olhos em bico a fazer contas à vida aquando reparamos nos preços destes eventos. Por mais que o Yoga seja barato em Portugal, quando comparado com outros países europeus, a verdade é que o dinheiro não chega para frequentar todos os cursos que surgem nas publicidades do Facebook, nas paredes dos nossos restaurantes e lojas preferidas, e somos obrigados a optar.

A pesquisa mais fácil é feita pela bendita internet, visitando os websites dos professores, lendo textos com testemunhos dos seus alunos, observando imagens e filmes das suas demonstrações ou das suas práticas pessoais. Mas será que são estas informações que nos fazem decidir por um curso e não por outro? Será que optamos porque vimos ou soubemos que um professor tem uma prática de sonho, ou porque tem um enorme reconhecimento internacional, ou porque até temos um amigo que contou que estudou com ele e que foram momentos particularmente reveladores, ou porque simplesmente passeámos por um blog e reparámos no seu nome... as razões são várias, os critérios de escolha mudam de acordo com o que definimos como importante no nosso Yoga, mas se temos oportunidade de estudar com alguém nacional ou internacional que pretende ensinar-nos um pouco mais sobre esta prática, então porque não irmos? Um workshop, um intensivo ou um retiro têm como bases a transmissão de conhecimentos, de novas abordagens, de novas técnicas, de mais detalhes, de mais dicas...

e se escolhermos bem, se o professor foi realmente especial, sentiremos uma espécie de despertar, de acordar intensamente para uma nova realidade, com um novo entendimento.

Assim de repente lembro-me do workshop com Rolf Naujokat, com o nosso Peter Sanson, David Robson e com o Tim Feldmann,  tenho a certeza que aqueles que estudaram com estes professores sabem do que falo, porque estamos todos a sorrir com as recordações daqueles momentos, e se hoje praticamos assim, se hoje nos dedicamos mais, muito advém do trabalho directo do nosso professor local, mas também da visita de pessoas como estas.
Boas práticas.

*foto retirada de pesquisa online e de arquivo pessoal.
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When I started practicing Ashtanga Yoga, there were not many workshops, intensives or retreats around. Those that existed were sporadic and were normally in places full of emerging practitioners, anxious to get to know a more experienced teacher who would come to Portugal to share their knowledge and perspectives with us.  They were intensive days of practice which caused true transformations in the way we felt about Ashtanga, and that naturally influenced the way that we thought about and lived our daily lives.

In the years that followed new national teachers, new houses of practice and more practitioners appeared and above all there was a development of maturity of Ashtanga Yoga in Portugal and more workshops, intensives and retreats also appeared.  As we are a small country and mostly centralized in the greater Lisbon area, today there is a larger offering and we thankfully have the chance to choose. 

We meticulously read programs of the courses, the history of the teachers invited and end up shocked, when doing our finances we notice the price of these events.  Although yoga is cheaper in Portugal in comparison to other European countries, the truth is we can not afford to take part in all of the courses that come up on Facebook or on the walls of our favourite restaurants and shops, and we have the chance to choose.
The search is much easier now with the blessed Internet, visiting the teacher’s websites, reading the testaments of their students, and looking at images and films of their demonstrations or their personal practice.
But is it this information that makes us decide on one course or another? Do we choose a certain course because we find out that that specific teacher has a dream practice, or they have a great international acclaim, or because we have a friend that studied with them and they had particularly enlightening moments, or we simply read a certain blog and remember the name? There are may reasons, the criteria behind the choice change according to what we define as important in our Yoga practice, but if we have the opportunity to study with someone national or international who can teach us a bit more on this practice why not go? A workshop, an intensive or a retreat is fundamentally a transmission of knowledge, a new approach, new techniques, more details, more tips…and if we choose well, if the teacher is truly special, we feel a sort of awakening, waking up to a new reality, with a new understanding.

Therefore I remember the workshop with Rolf Naujokat, with Peter Sanson, David Robson and with Tim Feldmann, I am sure that those who studied with these teachers know what I am talking about, because we all smile when we remember those moments, and if we practice like that today, if today we dedicate ourselves a bit more, a lot can be gained from our local teacher, but also we very much benefit from the visits of such mentioned people.
Happy practicing.






segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Why the sweating?!

 

Há algum tempo que ando para escrever sobre isto, porque a cada nova época de aulas, observo este fenómeno.  Sim leu bem, falo de Fenómenos, uns que são bem Ashtangis...que aconteceram a muitos de nós que já praticamos há algum tempo e que surgem quase sempre entre os praticantes mais recentes. 

Estender o tapete - 
sentar e encontrar a respiração -
colocarmo-nos de pé, iniciarmos os movimentos de surya namaskar A -
uma vez, duas vezes e lá para o terceiro ciclo de surya namaskar, começa o tal do fenómeno... uma gota, duas gotas, três gotas... umas a escorregarem pelo corpo e caírem directamente no chão... outras ficam pelo tapete, nas t-shirts e nos calcções e há ainda as que são sorrateiramente limpas com a toalha ou à falta dela, com as mãos. 

O fenómeno é descrito como uma forte transpiração, uma que surge não se sabe bem de onde, um calor que faz transpirar mais do que "uma aula de Spinning", "as minhas corridas matinais" & "as minhas antigas aulas de aeróbica"... se escrevesse todas as comparações que já ouvi, teríamos uma lista deveras grande e embora o Ashtanga Yoga não seja um desporto, nem tão pouco uma actividade meramente física, a verdade é que este aspecto da prática serve para que seja muitas vezes descrita e comparada desta forma. 

O calor que esta prática promove é conhecido entre os praticantes mais experientes, mas para os novatos é um fenómeno que pode ir de incomodo a engraçado, a transformador... há praticantes que vêm ter comigo a rir enquanto falam deste tema, os que contam o que sentem em género de piada, os que falam abertamente, de forma despreocupada, mas há também aqueles que se exprimem num tom de sussurro, os que mostram total surpresa e os que abordam a temática de forma meio envergonhada...

O Ashtanga Yoga não é um desporto, mas faz-nos transpirar e muito...Porquê? 

O segredo está no vinyasa. 
Primeiro de tudo está na respiração, naquele respiração que aprendem desde a primeira aula, uma que seja pelo nariz, prolongada, consciente e sem paragem, sustentada por inspirações e expirações contínuas, com ritmo e quantidade de ar semelhante e commm... som. Sim, aquele som que nasce pela passagem de ar na glote, na parte de trás da garganta. Este tipo de respiração aliada aos movimentos, promove calor interno, que por sua vez leva-vos à maldita ou bendita transpiração. Aqueles que não gostam de transpirar podem sentir alguma reticência sobre se esta, é ou não aquilo que procuravam, mas permitam-se praticar mais tempo e ao fim de algumas semanas vão perceber que este calor é uma verdadeira ajuda para limparem o vosso corpo. Uma limpeza que vem de dentro para fora, numa profunda desintoxicação do corpo. Que se expande para algo mais subtil, interno e energético, por isso não se assustem com as gotas que saem dos vossos poros, nem tão pouco fiquem envergonhados, muito menos assustados, porque esta transpiração, este calor está ajudar a soltarmos o corpo e a chegarmos de forma mais integrada à essência das posturas. Respirem com calma e aproveitem o fenómeno... depois da prática bebam bastante água... porque no dia seguinte cá estarei à vossa espera, para verem e sentirem um pouco mais o funcionamento desta prática, como o corpo vai mudando e como a mente vai acalmando... 


* Ilustração de BOONCHU TANTI

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I have been wanting to write about this for a while now, as with every new cycle of classes I observe this same phenomenon. Yes you are reading correctly, I am talking about phenomenon’s… one that is truly for Ashtangis, and that has happened to many of us who have been practicing for a while, and a phenomenon that almost always comes up amongst the newer practitioners.
Roll out your mat –
Sit and start to find your breath –
Stand up and start to practice Surya namaskar A –
Once, twice, and then during the third time, the phenomenon starts…. One drop, two drops, three drops… some run down your body and drop directly on the floor… others drop on the mat, your t-shirts or trousers, and then there are those that are quickly wiped away with a towel or with the lack of a towel, our hands.

The phenomenon is described as a strong perspiration, one that we give off and we can not say from where, a heat that makes us sweat more than a “spinning class”, “my morning runs”, “my old aerobics class” , if I were to write down all of the comparisons I have heard, I would have a long list, and although Ashtanga Yoga is not a sport, not least a physical activity, the truth is that this aspect of the practice works so that it is described and compared so many times in this way.
The heat that the practice creates is more well known amongst the more experienced practitioners than the beginners, it is a phenomenon that goes from being uncomfortable at the start, to funny, to transforming… there are practitioners who come to me and laugh about this topic, or those who say what they feel in a humorous way, those who speak openly about it with a laid back attitude, but there are also those who talk about it quietly and approach the subject with embarrassment.
Ashtanga Yoga is not a sport, but why does it make us sweat so much… ?

The secret is in the Vinyasa.
Above all the breath, the breathing pattern we learn in the first class, that breath that comes from the nose, that is elongated, conscious and without stopping, sustained by continuous inhaling and exhaling, with rhythm, quantity and with sound. Yes that sound that comes from the air in the glottis (in between your vocal cords) at the back of the throat. This type of breathing aids our movements, builds heat in our bodies and takes us to the damned or blessed sweating.
Those that do not like to sweat can feel a reticence towards it, but allow yourself sometime to practice, and after some hard weeks, you will realise it is this heat that is a true help in cleansing our bodies. This cleansing comes from inside - out, it is a deep detoxification for the body, it turns into something subtle, internal and energetic – so don’t be scared or embarrassed by the drops that leave your pores, because this sweating, this heat that is escaping the body is helping us reach the essence of each pose. Breath calmly, and try out this phenomenon… after practice drink a lot of  water, because the next day I will be here, waiting, to help you see and feel a little more the way it functions this practice, to show how as  the body moves the mind calms.




domingo, 9 de setembro de 2012

SAVE YOUR SPACE!



As inscrições para o workshop  de Ashtanga Yoga com Mark Robberds nos dias 12, 13 e 14 de Outubro, em Cascais estão abertas, falta pouco mais de um mês para este intensivo, aproveitem para vir estudar e praticar com um professor muito talentoso, que trará novas perspectivas e experiências para o desenvolverem uma prática profunda, estável e segura.
Serão três dias de puro Ashtanga -
transformação, introspecção, percepção, integração
 & muito convívio.

Deixo-vos a sua demonstração do intensivo de Mallorca... sentem-se e vejam... começa devagarinho pelo Surya Namaskar A e vai avançando pela terceira série de Ashtanga Yoga, apresentando a bonita sincronização entre respiração e movimento, acentuando a essência desta nossa prática. 
Até já.


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The registration is now open for the Ashtanga Workshop with Mark Robberds on 12th, 13th,14th October in Cascais. This intensive workshop is only one month away, so come and take advantage to study and practice with a hugely talented teacher, who will bring us new perspectives and experiences on the development of a deep, stable and safe practice.
It will be 3 days of pure Ashtanga, - transformation, reflection, perception, integration and fun!

I leave you with his demonstration from the intensive Workshop in Mallorca...sit and watch… he starts slowly with Surya Namaskar A and advances to the 3rd Ashtanga Yoga Series, showing the beautiful synchronisation between breath and movement, accentuating the essence of our practice.
See you there!




segunda-feira, 3 de setembro de 2012

September


Setembro marca o começo de mais um ano práticas de Ashtanga Yoga... que o nosso Yoga continue a ser mais uma inspiração e motivação para levantarmos bem a cabeça, enchermos o peito, relembrarmo-nos dos nossos objectivos e darmos passos para sermos mais felizes no dia-a-dia...

Boas inspirações.
Boas práticas.



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September marks the start of another year of Ashtanga Yoga practice… that our Yoga continues to be another inspiration and motivation to hold our head upright, fill our chest, remind ourselves of our goals and take steps to being happy in our day-to-day lives…













*foto retirada de pesquisa online/ photo taken by online research