sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Food, Yoga & Life





Se nunca pensou sobre a sua alimentação e sobre o poder e influência dos alimentos que ingere, na sua prática e na sua vida, sugiro que se sente e verifique o seguinte : como é que normalmente se sente antes, durante e depois da sua prática de Yoga e qual é a sua disposição face às suas obrigações quotidianas? Tende a acordar cansado? Está no tapete com a cabeça a mil? Depois da prática, não consegue encontrar energia no seu corpo para ir trabalhar, levar as crianças à escola, ou simplesmente passear o seu cão? Opta por obrigar-se a tomar grandes chávenas de café para aguentar a sua jornada de trabalho?Questione-se sobre a sua maneira de sentir, pensar e agir durante a sua prática e o seu dia. Depois pense em como é que normalmente se alimenta, se toma o pequeno-almoço, se almoça e se janta em demasiada quantidade? Se consome excesso de alcool, fritos, açúcar, produtos refinados... excesso de hidratos de carbono... a seguir leve a sua mente a avaliar como é o seu processo de digestão e se tem facilidade ou não com o seu sistema excretor. Pergunte-se a si mesmo como é que fica depois de comer determinado alimento e refeição, este pequeno exercício mental é simples, basta fazermos uso das informações fornecidas pela nossa digestão e excreção e também pelos detalhes enviados pelo nosso sistema nervoso, que se pararmos e pensarmos, denotamos como ele nos mostra as nossas reacções físicas, mentais e emocionais.

Dayna Marcy, no seu artigo EAT LIKE A YOGI, publicado no Yoga Journal, afirma " ... imagine devoting your days to practice while feeding yourself nothing but sugar and caffeine. What effect would that have? It´s easy to see that a balanced, calm mind is much easier to come by, if you commit yourself to nourishing your body properly, just as you commit yourself to asana, pranayama and meditation...", ou seja se andamos a comer em excesso e a valorizar alimentos que não são muito saudáveis, tendemos a perder o estado de equilíbrio do nosso corpo e da nossa mente.

No Hatha Yoga (e o Ashtanga Yoga faz parte deste grande conjunto que é o Hatha Yoga) o nosso corpo deve ser o nosso templo, é o nosso veículo de vida, devemos manter o seu bom funcionamento e uma alimentação correcta, naturalmente fornecerá energia e saúde ao nosso organismo. Richard Freeman, no seu livro, "The mirror of Yoga: Awakening the intelligence of the body and mind", define Hatha Yoga como "qualquer prática que une padrões opostos dentro do sistema nervoso, para abrirmos e observarmos o centro (o núcleo) do nosso corpo", usamos a técnicas como asana, pranayama para chegarmos à observação da nossa alma.

Depois de analisarmos a forma de nos alimentarmos, de traçarmos uma ligação entre esta e a nossa digestão e excreção, de repararmos nas nossas acções, pensamentos e acções durante a prática de Yoga e no nosso quotidiano, convém lembrarmos-nos que não existem regras rigorosas, que o que funciona comigo, pode não funcionar convosco e que teremos de adaptar os vários princípios de uma "alimentação saudável" à nossa própria realidade.

É importante estudarmos um pouco sobre o que necessitamos de ingerir diariamente, nutrientes, vitaminas, proteínas (especialmente quem opta por ser vegetariano), hidratos de carbono simples e complexos, etc e da mesma maneira que ganhamos consistência na nossa prática de Yoga, aos poucos iremos mudando aqui ou ali, comendo mais isto ou aquilo, ficando com a sensação de uma maior leveza, mais felicidade e maior disposição para praticarmos e para vivermos integralmente os nosso dias.

Se optar mudar a sua alimentação, não o faça por pressões externas, não faça porque o seu professor disse que devia ser vegetariano, ou que devia seguir a abordagem da macrobiótica, ou que não devia comer 7 horas antes da prática, ou que não devia comer papaia à noite, ou que não pode beber água gelada, porque existem uma diversidade de crenças e mitos sobre a alimentação e a sua correlação com a prática de Yoga vão variando de praticante para praticante, de professor para professor, conforme as suas experiências pessoais. Lembre-se apenas que determinadas formas de alimentação e alimentos específicos puderam ajudar o seu corpo na prática de Yoga, mas terá de ser você a descobrir qual a abordagem a seguir, apenas por erro e tentativa, auto-estudo e pesquisa é que traçará o que melhor funciona para si.

Da mesma forma que escuta durante as suas aulas, que deverá ouvir o seu corpo, respeitar os seus limites, entrar em contacto com a sua própria natureza, através de uma respiração estável, serena e fluída, que implique movimentos graciosos, fáceis e seguros que projectam o seu corpo e a sua mente para um estado meditativo, de entrega e rendição, relembre-se também que na hora de cozinhar e de se sentar à mesa, que está a alimentar o seu corpo, o único corpo que terá nesta vida e que comendo mais consciente e atento, recolherá benefícios dentro e fora do seu mat.

* foto retirada da internet, de uma classe no KPAJYI.

sábado, 12 de novembro de 2011

A little (little) about hinduism






Eu não sou hindu, mas confesso que tenho uma enorme simpatia e identificação com alguns conceitos e deuses que fazem parte da tradição, crença e ritual desta religião. Cada vez que regresso a Mysore e que vivo em Gokulam, retomo a construção de uma maior recepção e ligação com estes conceitos e deuses, falo particularmente da noção de dharma, samsara, karma e de Ganesha, Hanuman e Lakshmi.

Compreender o Hinduísmo não é tarefa fácil, porque é uma religião que une uma diversidade de aspectos culturais e religiosos, que para uma leiga como eu, são verdadeiros paradoxos. Durante muito tempo considerei que o Hinduísmo era uma religião politeísta, porque faz referência e culto a uma gigantesca panóplia de deuses e deusas. Depois de algum estudo e pesquisa, compreendi que embora haja uma diversidade de deuses, que estes são manifestações de uma só identidade Superior, ou de um Supremo Absoluto, chamado Brahman.

Todos estes deuses são aspectos desta realidade superior, que não pode ser caracterizada, não tem forma, não tem género, porque esta identidade está em todo o lado, e tudo faz parte de Brahman. Cada Ser Humano tem uma parte de Brahman, o nosso Atman, a nossa alma.

Estes deuses são apenas aspectos de Brahman e em última instância são o próprio Brahman, mas não podem ser igualados ou comparados, porque Brahman é abstracta, não tem descrição, não é palpável e por outro lado revela-se em tudo e em todos, porque é a alma universal.

Brahman existe em tudo e tudo deriva de Brahman, por isso é que para o Hindu todas as coisas são sagradas, as plantas, as árvores, os animais, etc. Também acredita na reencarnação, que é a crença que a nossa alma é eterna, não acaba com a morte do nosso corpo, vive muitas vidas e em muitos corpos. Por vezes renasce num corpo humano, noutras num corpo de um animal, noutras num corpo de uma flor...

A alma passa por um ciclo de vidas sucessivas e a próxima reencarnação depende sempre das suas vidas passadas. As nossas acções presentes determinam o nosso destino nesta vida e nas próximas, Karma. Nós passamos por um ciclo de nascimentos e mortes (Samsara), que são determinados pelo karma, que depende da forma como agimos na nossa vida actual e nas anteriores.

O Hinduísmo é religião que acenta mais em práticas que em crenças, porque implica que as pessoas vivam de acordo com Dharma, princípios e condutas éticas e pelo respeito pelo Karma, de modo a chegar a Moksha, à liberdade deste ciclo de nascimento e renascimento, de união com Brahman.

Existem tantos deuses e deusas hindus, tantas histórias sobre os seus nascimentos, feitos e poderes, os meus preferidos são: Ganesha, o deus com cabeça de elefante, é tido como filho de Shiva e Parvati e tem como principal significado o de remoção de obstáculos, é também aquele que garante sucesso, riqueza e conhecimento;
Hanuman, o deus com cabeça de macaco, é símbolo de força física e mental, veracidade e lealdade, humildade e profunda devoção a Brahman;
e Lakshmi, a deusa da luz, da beleza, da boa sorte e da prosperidade.

Escrever sobre Hinduísmo não é de todo simples, porque engloba conceitos que necessitam de mais estudo, noções que se fundem noutras, tradições esboçadas em inúmeros rituais. Para se praticar Yoga, particularmente Ashtanga Yoga não necessitamos de ser hindus, ou de simpatizarmos com esta religião, podemos ser o que queremos e acreditar no que quisermos, a única coisa que necessitamos é de praticarmos a nossa sequências de respiração, movimentos e posturas e quer esta nos aproxime ou afaste da religião, de qualquer religião, o interessante mesmo é conseguirmos sentir mais o nosso corpo, a nossa mente e devagarinho, sem expectativas ou planos irmos saboreando a vivência da nossa alma.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Workshop Intensivo de Ashtanga Yoga com David Robson, nos dias 16, 17 & 18 de Março






DAVID ROBSON ESTARÁ NO NOSSO ASHTANGA CASCAIS, PARA UM WORKSHOP INTENSIVO DE ASHTANGA YOGA NOS DIAS 16, 17 e 18 DE MARÇO, 2012.



David Robson faz parte da nova geração de professores de Ashtanga Yoga que tem recebido o reconhecimento da comunidade Ashtangui internacional, não só por ser um praticante avançado, um professor Autorizado pelo Shri K. Pattabhi Jois Ashtanga Yoga Institute (KPJAYI), mas especialmente por primar por uma visão que implica levarmos as aprendizagens que interiorizamos na nossa prática de Yoga para a vivência do nosso dia-a-dia.

"The depth of the practice can´t be seen in asana. Somebody that can do a backbend and grab onto their ankles isn´t going to be further ahead in their practice than somebody who has trouble forward bending or is stiff. That doesn´t make a difference- that´s not what the practice is about." (citação de David Robson, no filme "Living the practice"). Talvez esta seja a razão que faz do seu Ashtanga Yoga Centre of Toronto, www.ashtangatoronto.com, uma das escolas no Mundo com o maior programa de aulas de Ashtanga Yoga, com dezenas e dezenas de praticantes que se juntam todas as manhãs para estudarem com este professor tão experiente e tão especial.


Programa


Dia 16, sexta, às 19h
"APRENDER A FLUTUAR" - A FILOSOFIA & PRÁTICA DO VINYASA,
Vinyasa significa sistema de respiração & movimento, pela sua sincronização teremos uma prática graciosa, fácil e confortável.
Esta aula explorará a filosofia e prática do Vinyasa como é tradicionalmente ensinado no Ashtanga Yoga.
(duração 2 horas)

Dia 17, sábado, às 8h
AULA GUIADA DA PRIMEIRA SÉRIE DE ASHTANGA YOGA - YOGA CHIKITSA,
com a contagem tradicional dos vinyasas em sânscrito, relembrando o praticante do número exacto de respirações de entrada, permanência e saída de cada postura.
(duração 2 horas)

às 11h
RETROFLEXÕES,
utilizando as posturas da primeira e da segunda série, aprendemos a correcta técnica e alinhamento para executarmos retroflexões confortáveis e profundas, compreendendo as posições e descobrindo como usarmos o nosso corpo para criarmos retroflexões livres de dores e amplamente benéficas para a nossa coluna.
(duração 2.5 horas)

Dia 18, domingo, às 8h,
AULA DE MYSORE STYLE,
a forma tradicional de prática e ensino do Ashtanga Yoga
(duração 2 horas)

às 11h
EQUILIBRANDO-NOS SOBRE OS BRAÇOS,
esta aula está estruturada para adquirirmos instrumentos chaves que proporcionam uma maior compreensão de como colocarmos o corpo, de modo a erguermo-nos em pinos, em saltos e outros movimentos onde colocamos o peso nos braços e mãos, assegurando a fluidez e leveza destas passagens e posturas tão intimamente ligadas à nossa respiração, foco ocular e bandhas.
(duração 2.5 horas)


TODAS AS AULAS ESTÃO ABERTAS A INICIANTES AO ASHTANGA YOGA

CONTAMOS COM MAIS UM WORKHOP PROFUNDO, INSPIRADOR E INTENSO, que pretende trazer a cada praticante um sentido de interioridade concebido pelo VINYASA, DRISHTIS E BANDHAS, segundo a tradição de Shri K. Pattabhi Jois.

Inscrições e informações
em ashtangacascais@gmail.com
ou 916034770.