Todos passamos por fases difíceis, umas mesmo complicadas que sufocam a nossa alma, amarguram e massacram a nossa mente e enfraquecem o nosso corpo. Os dias passam e por mais que tentamos virar a página e começar de novo, acabamos por continuar influenciados por uma maré de azar, pelo destino, pelo karma, pela vida. Vamos para a cama com a cabeça às voltas, mitigados de cansaço e a alma pequenina, para abrimos os olhos na manhã seguinte, sem energia para mexer o corpo e muito pouca vontade para tentar dar a volta à situação que estamos a viver. Lá vão mais um, dois, três, quatro ou mais dias, a sentirmos stress, irritação, a andar de um lado para o outro a tentar resolver o que precisa de ser resolvido. A vida parece estar a partir-se aos bocados. Até que temos o impulso de ligar para a nossa professora, não aparecemos há semanas no Shala, do outro lado atende-nos, pelo nosso nome próprio, com um Olá simpático, ela é tão durona nas aulas, mas tem um lado terno bem visível. Lá damos por nós a contar o que se está a passar, não dizemos tudo, mas quase tudo e ela escuta enquanto falamos das saudades que temos da prática, que talvez voltando conseguíamos cortar esta corrente de dificuldades. E confirma este nosso pensamento, dizendo, que é nas alturas mais difíceis que o Ashtanga tende a ajudar. Não importa o que fazemos, quantas posturas conseguimos praticar, mas o facto de respirarmos, de juntarmos corpo e mente em cima do tapete para vivermos o momento presente, permite que haja uma paragem e uma mudança de energia dentro de nós mesmos.
No dia seguinte fui para o Shala, coloquei o tapete no chão na parte de trás da sala, a professora disse-me baixinho, só para mim, "Tenta. Uma respiração com um movimento. Deixa-te de entrar na respiração que já conheces, nos movimentos e posturas que já conheces. Só respirar Patrícia, só tentar. E quando sentires que tens de parar, independemente onde estiveres na Sequência, pára, deita-te e descansa." Eu lá comecei, uma respiração atrás da outra, um movimento atrás do outro, a quebrar a corrente que andei a viver...
EN
We all pass through difficult times, for complicated ones, that suffocate our soul, embitter and massacre our minds and weaken our body. The days pass and more we try to turn the page and start again, we just to continue influenced by a run of bad luck, by fate, by karma, by life. We lie down on the bed with the head dealing, feeling mitigated and tired and with a small soul, for opening our eyes in the next morning, with no energy to move your body and very little will to try to get around the situation we are living. There we pass for one, two, three, four or more days, feeling stress, irritation, walking from one side to the other trying to figure out what needs to be resolved. Life seems to be breaking up into pieces. And then we have the urge to call our teacher, we didn´t show up in the Shala for weeks, on the other side she greets us by our own name, with a friendly Hello, she is so tough in the class, but she has visible tender side. There we find ourselves to tell what's going on, we do not say everything, but almost everything, and she listens to us, that we miss practicing, that maybe we could break this current difficult chain with the practice. And she confirms our thinking, saying, that it is in the most difficult times that the Ashtanga tends to help. No matter what we do, how many positions we practice, but the fact that we breathe, joining body and mind on the mat to live the present moment, allows for a stop and a change of energy within ourselves.
The next day I went to Shala, put the mat on the floor, in the back of the room, the teacher told me quietly, just to myself, "Try it. One breath with movement. Allow yourself to enter in the breath you already know, in movements and postures you already know. Just breathe Patricia, just try. And when you feel that you have to stop, independently where you are in sequence, stop, lie down and rest. " I started, one breath after another, one movement after another breaking the chain I've been living...
1 comentário:
i needed to read this today,
thank you.
thank You!
kisses from up, up north.
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