segunda-feira, 19 de setembro de 2011

"Don´t let Yoga ruin your life"- David Swenson




Uma típica manhã em Mysore, podia perfeitamente ser uma típica manhã em Portugal ou em qualquer outra parte do Mundo, bastaria termos o nosso mat, acordarmos cedo, muitas vezes quase de madrugada e entre uma chávena de chá ou de café, banho morno e rotinas de higiene, sairíamos para a rua a caminho do KPJAYI ou da nossa escola de Ashtanga Yoga em Cascais, Barcelona, Paris, Londres, Copenhaga, NY, Toronto, S. Paulo, etc, esperaríamos ou entraríamos directamente na sala, dependendo da quantidade de praticantes, e estenderíamos o nosso mat para mais uma experiência que pretende unir corpo, mente e alma.

Há que moldar as nossas rotinas sociais e familiares, porque praticar de manhã, à hora de almoço, ou ao final do dia, implica sempre um esforço acrescido na gestão do nosso quotidiano e quer seja em casa ou numa escola, sozinhos ou na companhia de outros praticantes e da ajuda incontornável de um professor, a curto médio prazo existirão mudanças na nossa maneira de pensar, sentir e agir.

Veja o exemplo da nossa alimentação, se estamos habituados a comer muito, iremos reparar ao estarmos no tapete, que os bandhas não existem, a respiração é difícil de controlar, o corpo dá a sensação de estar inchado e de termos mais 40 kilos em cada perna, o que torna complicada a tarefa de dobrarmos e esticarmos o quer que seja, necessitando de toda a energia para digerir o excesso que comemos.

Mas este é apenas uma, em centenas de pequenas alterações que uma pessoa dedicada ao Ashtanga Yoga começa a perceber e no entanto, como o famoso professor David Swenson afirma "Não podemos deixar que o Yoga arruine a nossa vida." Teremos de continuar a desempenhar as nossas funções familiares, as nossas obrigações no emprego, a dar atenção aos nossos amigos, a passear o cão, ir ao supermercado, etc.

A prática de Yoga quando feita de forma regular, consistente e sem paragens leva naturalmente a traçarmos mudanças na nossa maneira de pensar, ser e estar, mas estas alterações terão de ser adaptadas ao nosso próprio contexto individual, familiar e social. Recorde-se que este Ashtanga Yoga deriva de uma linhagem de homens de família, como Krishnamacharya, Pattabhi Jois e agora Sharath Jois, todos com família, com as suas subsequentes obrigações e deveres e que servem de inspiração a tantos praticantes de Ashtanga.

Pensar no nosso quotidiano, desenharmos na nossa mente as mudanças necessárias para conseguirmos mais tempo e qualidade para a nossa prática, mas não esquecer que Yoga não é limitado à hora e meia em que estamos em cima do tapete.


* ilustração de Boonchu Tanti, www.alliscoming.com

1 comentário:

Rui OC disse...

Um conselho com grande verdade Vera. Abraço.