quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Perfil do Aluno - Margarida Fonseca


Nome
Margarida Fonseca
Idade
53 anos
Profissão
Psicóloga; Consulta de Comunicação
Quais as razões que a motivaram a procurar o Yoga e quando e onde o descobriu?
Uma amiga levou-me a experimentar uma aula de Yoga há uns anos. Confesso que fui muito desconfiada, convencida que era só uma experiência. E foi! Uma experiência que mudou a minha vida.

De acordo com o seu background académico e profissional, reconhece que o Yoga contém aspectos que podem ser utilizados como instrumentos para uma terapia eficaz? Se Sim, porquê?
Enquanto psicoterapeuta eu sinto que o Yoga me ajuda a manter uma atitude mais consciente e observadora de mim e do outro. Vários aspectos podem ser utilizados como terapia desde a respiração à concentração. Mas a melhor terapia é a própria prática de Yoga! Essa eu aconselho sempre porque só a prática nos ensina a "ouvir o corpo" e nos traz alterações de paradigmas, como por exemplo o acreditar que "eu consigo".

Como praticante dedicada há alguns anos, já consegue identificar os seus benefícios na vida quotidiana? Dê-nos alguns exemplos.
O dia começa logo com uma energia diferente! A nível físico consigo manter uma postura mais alinhada e uma consciência do corpo, que se reflecte numa maior capacidade de concentração e foco. A consciência na respiração e os exercícios de pranayama ajudam-se sobretudo no controlo da minha impulsividade e nas situações emocionalmente mais complicadas.
As pessoas conseguem perceber quando eu pratiquei logo de manhã! Nesse dia sou uma pessoa mais tranquila e mais feliz.


Começou por aprender Ashtanga Yoga num ambiente de ginásio e actualmente frequentas as aulas numa escola de Yoga, que diferenças sentiu nestes dois espaços quanto ao ensino e na aprendizagem deste método de Yoga?
A diferença é enorme! Pratiquei vários tipos de Yoga em ginásios e sentia sempre necessidade de complementar com aulas de ginástica mais activas. Até aparecer o Ashtanga Yoga no ginásio. Fiquei rendida ao Ashtanga e à professora Vera! Não era possível evoluir muito nas posturas porque havia sempre muitos iniciantes(...) Numa escola de Yoga, tudo é diferente! Sente-se logo uma energia diferente! Uma professora que nos recebe e está presente de corpo e alma a acompanhar cada aluno na sua prática, com uma dedicação e entrega invulgares.
Na escola conseguimos evoluir mais. Uma maior exigência na correcção de cada asana, permitindo-nos atingir os nossos limites com segurança. Para além disso, a escola dá-nos um sentimento de pertença a um conjunto de pessoas com o mesmo tipo de motivação: Praticar Yoga.
Resumindo: no ginásio fazemos Yoga; na escola vivemos o Yoga!


Quando pensa na sua prática, qual é a primeira palavra que surge na sua mente?
Paz.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

"Don´t let Yoga ruin your life"- David Swenson




Uma típica manhã em Mysore, podia perfeitamente ser uma típica manhã em Portugal ou em qualquer outra parte do Mundo, bastaria termos o nosso mat, acordarmos cedo, muitas vezes quase de madrugada e entre uma chávena de chá ou de café, banho morno e rotinas de higiene, sairíamos para a rua a caminho do KPJAYI ou da nossa escola de Ashtanga Yoga em Cascais, Barcelona, Paris, Londres, Copenhaga, NY, Toronto, S. Paulo, etc, esperaríamos ou entraríamos directamente na sala, dependendo da quantidade de praticantes, e estenderíamos o nosso mat para mais uma experiência que pretende unir corpo, mente e alma.

Há que moldar as nossas rotinas sociais e familiares, porque praticar de manhã, à hora de almoço, ou ao final do dia, implica sempre um esforço acrescido na gestão do nosso quotidiano e quer seja em casa ou numa escola, sozinhos ou na companhia de outros praticantes e da ajuda incontornável de um professor, a curto médio prazo existirão mudanças na nossa maneira de pensar, sentir e agir.

Veja o exemplo da nossa alimentação, se estamos habituados a comer muito, iremos reparar ao estarmos no tapete, que os bandhas não existem, a respiração é difícil de controlar, o corpo dá a sensação de estar inchado e de termos mais 40 kilos em cada perna, o que torna complicada a tarefa de dobrarmos e esticarmos o quer que seja, necessitando de toda a energia para digerir o excesso que comemos.

Mas este é apenas uma, em centenas de pequenas alterações que uma pessoa dedicada ao Ashtanga Yoga começa a perceber e no entanto, como o famoso professor David Swenson afirma "Não podemos deixar que o Yoga arruine a nossa vida." Teremos de continuar a desempenhar as nossas funções familiares, as nossas obrigações no emprego, a dar atenção aos nossos amigos, a passear o cão, ir ao supermercado, etc.

A prática de Yoga quando feita de forma regular, consistente e sem paragens leva naturalmente a traçarmos mudanças na nossa maneira de pensar, ser e estar, mas estas alterações terão de ser adaptadas ao nosso próprio contexto individual, familiar e social. Recorde-se que este Ashtanga Yoga deriva de uma linhagem de homens de família, como Krishnamacharya, Pattabhi Jois e agora Sharath Jois, todos com família, com as suas subsequentes obrigações e deveres e que servem de inspiração a tantos praticantes de Ashtanga.

Pensar no nosso quotidiano, desenharmos na nossa mente as mudanças necessárias para conseguirmos mais tempo e qualidade para a nossa prática, mas não esquecer que Yoga não é limitado à hora e meia em que estamos em cima do tapete.


* ilustração de Boonchu Tanti, www.alliscoming.com

sábado, 17 de setembro de 2011

What they said...




"...Ele é realmente uma pessoa especial e um professor excelente. A sua capacidade de nos comunicar a sua experiência e nos fazer sentir um animo crescente para a pratica é uma inspiração para qualquer praticante e/ou professor." L. Lima (Coimbra)

"These three days were revealing and pivotal in many ways. To me practicing yoga has been a process or "learning by doing and doing by learning" - we are constantly reflecting and interacting in a dynamic web of information given by our teachers, fellow practitioners and friends, sometimes by a mere touch, sometimes by word. Then we test and embody that knowledge and eventually give it back to world – whether because we teach or because through our practice we transform it into a unified, positive and uplifting energy. Tim has given me great guidance in this process. His gift has already started to build a stronger, safer and more focused self-practice, which I will continue to explore and develop everyday, little by little. I found “my workshop teacher” and will now follow him around as much as money and circumstances allow!" I. Sobral (Lisboa)

"Tim Feldmann revelou-me de forma muito sábia, numa linguagem simples, dotada de um humor hilariante até ternurento acerca da "mecanica interna e externa" indispensavel, para os inumeros efeitos da prática de Ashtanga. Nunca os bandhas foram tecnicamente tão bem explicados. Julgo ser imensurável o contributo da exposição desta matéria no percurso do praticante de Ashtanga. Sinto-me imensamente grata pelos ensinamentos partilhados neste fim de semana, um grande bem haja a Tim Feldman." F. Jacinto (Lisboa)

"Para mim, que estou a começar, foram muito importantes as aprendizagens deste fim de semanam para aplicá-las na minha prática do dia-a-dia. Além de ter ultrapassado o medo "terrífico" dos backbendings! O Tim consegue descomplicar conceitos por vezes complexos, é uma pessoa extremamente simpática e um óptimo professor que tornou o ambiente deste workshop tão especial." L.Hayden (Oeiras)

"O Tim tem uma presença forte e muito bonita.
Senti carinho e dedicação em cada palavra e, sobretudo, em cada gesto.
Marcou-me especialmente a forma como o Tim se movimenta e transmite cada tema.
Através do olhar e do toque, das palavras e do exemplo, eu senti-me inspirada a evoluir.
Foi muito bom!"
I. S. (Guimarães)

"A experiência foi fantástica, o Tim tem uma “pausa” (vibração constante), que parece caracterizar não só a sua maneira de estar, como o modo gentil em que transmite o seu conhecimento.
Obrigada! Foram informações essenciais para o desenvolvimento de qualquer nível de prática."
F. Meireles (Cascais)

"...of course thank you for the workshop, it was incredible!!!" A. Bustos (Londres)

* fotos por Pedro Terrinha
Workshop com Tim Feldmann, 9, 10 & 11 de Setembro

Thank you.




Durante anos procurei por um professor de Yoga, mais tarde por um professor de Ashtanga Yoga, não falo de nomes ou endereços que indicam que determinada pessoa ensina Yoga, ou de moradas de espaços que oferecem aulas, mas a minha busca foi sempre por encontrar o Professor, aquele que acende a chama da nossa motivação, que inspira a praticarmos ainda mais, que instiga a nossa disciplina, que fornece informações chaves para uma evolução segura, precisa, rigorosa e duradoura.

E mesmo quando surgem bloqueios, quando aparecem obstáculos sabemos que está ali uma pessoa com quem falar e especialmente em quem confiamos. No fundo uma relação entre aluno e professor resume-se sempre uma relação de confiança, de amor, de respeito mútuo, é uma espécie de relação familiar, de link muitas vezes mais profundo e mesmo que caminho do Yoga se resuma a um trilho pessoal e individual, único, porque a minha versão, perspectivas e experiências sobre o Yoga serão diferentes de outras pessoas, a verdade é que, contar com um Professor para apoiar-nos e ensinar-nos é uma grande mais-valia.

Desde 1999 até hoje, pleno ano de 2011, conheci várias pessoas que leccionam Yoga e uns quantos nomes que ensinam Ashtanga Yoga, todos tiveram o seu papel no meu caminho, mas são poucos os que considero como meus professores.

Dentro deste grupo, tem sido uma enorme alegria cruzar-me com pessoas grandiosas, com gente humilde, com pessoas trabalhadoras, com seres humanos que praticam Yoga e o ensinam sem pretensão, sem vaidade, mas pelo contrário com ampla tolerância, com vigente inteligência, com rectidão e saliência no seu estudo e experiência.
Thank you Tim Feldmann.




*fotos por Pedro Terrinha
Workshop com Tim Feldmann, de 9, 10 & 11 de Setembro

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Perfil do Aluno - Carla Moreira


NOME
Carla Moreira
Idade
36 anos
Profissão
Accounting Manager


Após algum tempo a aprenderes Yoga num ambiente de ginásio, que diferenças identificas na tua prática agora que o fazes, num espaço exclusivo para o ensino de Ashtanga Yoga?
Praticar Yoga num ginásio é muito diferente de praticar numa escola. Num ginasio acho que yoga, seja ela qual for, é sempre vista como mais uma actividade fisica que está disponível. Não existem meios que nos permitam ligar directamente com a prática, que nos permitam evoluir, é muito dificil. A entrega é dificil e raras são as vezes onde é possível estabelecer uma ligação, sentir a energia e tirar proveito da prática.
Esta foi uma das razões quando decidi começar a praticar numa escola e há medida que o tempo tem vindo a passar, tenho ainda me apercebido de maiores diferenças, o estabelecer a ligação, quer com a pratica quer com o professor, a entrega total só é possível num espaço como este.
Aí é que iniciamos a verdadeira prática.


Quais as razões que te motivaram e que continuam a inspirar-te a praticares Ashtanga Yoga?
Praticar Ashtanga Yoga para mim, significa estar comigo mesmo, superar-me, o que nem sempre é fácil. É sobretudo sentir e desenvolver um estado de bem-estar e leveza, que acaba por me ajudar em todas as outras partes da minha vida.

Se tivesses de aconselhar um colega de trabalho a praticar este método de Yoga, o que lhe dirias?
É exigente, não é fácil, mas ao fim de cada prática o bem-estar, a calma e a leveza que se sente são muito bons. E de dia para dia vamos conhecendo melhor o nosso corpo, quase como se o conseguíssemos ouvir e sentimo-nos melhor.

Consideras que seria positivo para o seus colaboradores, se a empresa em que trabalhas organiza-se num contexto de team-building, um fim-de-semana de prática de Yoga, um retiro intensivo de Yoga? Achas que os colaboradores sairiam deste evento mais motivados para as suas responsabilidades e deveres profissionais e com vontade de manterem esta prática como ajuda na gestão do stress quotidiano? Se sim, porquê?Acho que uma acção de team building em que uma das actividades seria a pratica de Ashtanga Yoga talvez ajuda-se não só na gestão do stress diário, mas sobretudo acho que podia vir a ajudar a melhorar os níveis de criatividade e de inovação, uma vez que a pratica de Ashtanga liberta a menta e ajuda a focar as energias.
Um dia sem prática de Yoga significa?
Quando não pratico o meu corpo sente, mas é sobretudo a minha mente que mais sente a falta.

E um dia com prática de Yoga, que significado tem?
Um dia mais leve, tranquilo e com outra disposição.

Quando pensas na tua prática, qual é a primeira palavra que surge na tua mente?
Paz

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Sadness and emptiness


A vida pode estar complicada, até pode parecer que não existem grandes soluções, até pode parecer que estamos num buraco escuro e que sufocamos a cada tentativa de inspirar, que não há para onde ir, que não há para onde fugir, que estamos obrigados a viver tamanha dor, tamanha perda, tamanha frustração, tamanho vazio.

Se a vida para alguns parece ter deixado de fazer sentido, onde a solidão, a tristeza e o desamparo já são partes integrantes dos seus corpos, das suas mentes e dos seus, já gastos corações, há que reparar a tempo nestes nossos familiares, amigos, conhecidos e até desconhecidos e com uma palavra amiga, uma palavra de Ser Humano, chamar por eles a tempo de evitar uma tragédia.

Se falarmos com psiquiatras, psicólogos ou outros terapeutas do âmbito da psique e das emoções, ficamos a saber que mais de metade da população têm doenças ao nível da mente e do emocional. Se não forem tratadas a tempo, são como um cancro que se espalha por todo o nosso organismo, levando muitas vezes a fazermos más escolhas, decisões dependentes dos nossos estados de espírito, já tão mitigados pelo sofrimento.

É tão triste saber que gente nova ou mais velha, pessoas que eram filhos de alguém, pais de alguém, irmãos de alguém, amigos de alguém, decidiram desistir de uma vida, que a cada segundo poderia mudar.

A cada segundo, mesmo quando tudo está mal, temos a capacidade de mudar o rumo do nosso destino, ás vezes vamos precisar de ajuda, seja de uma terapia, seja até dos famosos fármacos, seja por termos o ombro amigo de um filho que nos ouve, de um amigo que nos abraça ou até de um desconhecido que estende o braço e dá-nos a mão, para nos erguermos.

"Não desistir" são as palavras que devemos manter, mas também as que significam "lutar por nós mesmos, pela nossa felicidade, voltar a ter objectivos, trazer de volta o nosso sorriso, reaprender a viver momento a momento sem ansiedade, sem confusão".

Manter a simplicidade e a vontade pura de viver.
Todos temos problemas, todos temos algo para aprender, algo para superar. Não desistir e traçar um objectivo sincero para o nosso caminho, é um ponto importante quando lutamos pela nossa felicidade.

Perder um amigo, um familiar, ou ficar a saber daquela pessoa que já não vemos há imenso tempo, mas que fez parte da nossa infância, pessoas que de alguma maneira fazem ou fizeram parte da nossa história, que decidiram em consciência ou não, de irem embora, faz-nos pensar ainda mais no significado da nossa vida. O que é que andamos aqui a fazer? Estamos a criar um presente com significado? Estamos a criar um passado que honra a nossa essência?

Hoje acima de tudo, irei pisar o meu mat, praticar o meu Yoga com tamanha devoção pela minha vida, em honra aos que aqui estão e aos que já foram. Coragem, para todos os que perderam alguém, coragem, para todos os que continuam a lutar pelo seu próprio sorriso.