É engraçado que sempre que estou aqui, fico mais sensível que nunca.Não sei se é pela energia deste Shala, se é por estar perto do meu professor, se é pela energia de grupo que nasce da prática de todos estes praticantes, se é por esta terra, este país, se é simplesmente porque tenho distância de tudo o que me é familiar, da minha vida do outro lado do Mundo, rodeada pelas pessoas que amo.
Não sei se é por saudades do homem da minha vida, não sei se é por saudades do nosso Shala em Cascais, dos nossos praticantes, de ver o mar, de sentir-me em casa. Não sei... mas de cada vez que estou aqui, depois de todos estes anos, continuo a sentir-me mais sensível que nunca.
Uma fragilidade, uma sensibilidade, uma sensação que vai crescendo a cada momento de espera e que vem comigo para cima do meu tapete. Está dentro de mim em cada respiração, em cada movimento, em cada postura, uma sensação que a qualquer momento vou chorar, algo que é difícil de traduzir, mas algo que sinto e não sei porquê...
Entro nas posturas mais simples, nas mais desafiantes e a sensação continua aqui. Recebo um ajuste mais "deep" do meu professor e a sensação fica ainda mais intensa, sussurra-me: "Vai, não tenhas medo Vera, caminha", e eu faço o que pede, respiro e rendo-me à sua indicação, leva-me uma mão acima do tornozelo e volta dizer baixinho: "Relaxa o outro braço" e leva-me a outra mão, ali estou eu, segura com as minhas mãos nas minhas pernas, a respirar... e a sensação ali está... continua... acho que os anos tornaram-me mais forte e as lágrimas não saem como dantes, recebo o último ajuste, agradeço-lhe e levanto-me para ir fazer as minhas invertidas e finais e mesmo assim, levo dentro de mim a mesma sensação.
Depois de descansar, saio cá para fora, o sol já vai alto, bebo o coconut e nem consigo falar com ninguém, arrasto as pernas até casa, largo o tapete num canto, sento-me na cama e continuo com a mesma sensação... Não sei porquê... Talvez amanhã se vá embora e invés de ter esta dentro de mim, terei outra qualquer que me acompanhará por toda a prática, por todo o dia... mas esta, esta especialmente, eu reconheço e só aparece quando estou aqui.
It's funny that whenever I am here, I am more sensitive than ever. Do not know if this is because of the Shala energy, if it is of being close to my teacher, if it is because of the group energy that comes from the practice of all these practitioners, if it is for this land, this country, if it is simply because I'm away from all what that is familiar to me, my life on the other side of the world, surrounded by people I love.
Do not know if it is because i m missing the man of my life, do not know if it's because i m missing our Shala in Cascais, our practitioners, to see the sea, feel at home. I do not know... but every time I'm here, after all these years, I still feel more sensitive than ever.
A fragility, a sensibility, a feeling that grows every moment of waiting and come with me to my mat. Is inside me in every breath, every movement, every posture, a feeling that at any moment i will cri, something that is difficult to translate, but something I feel and I do not know why...
I enter the simple postures, and the most challenging and the feeling is still here. I receive a deeper adjustment by my teacher and the feel is even more intense, he whispers to me : "Go, do not be afraid Vera, walk," and I do what he asks, i breath and surrender myself to his indication, he takes my hand above the ankle and he says again, quietly: "Relax your other arm" and takes my other hand, here I am, grabbing with my hands on my legs, breathing... and the feeling is there... continues .. I think the years have made me stronger and the tears do not come out as before, i get the last adjustment, i thank him and I get up to go do my inversions and final poses and i´m still carry within me the same feeling.
After resting, i go outside, the sun is already high, drink a coconut and can not even talk to anyone, i drag my legs home, put my mat in a corner, sit in the bed and i continue with the same feeling... I do not know why... Maybe tomorrow will go away, and instead of having this inside me, I 'll have any other, that will be with me throughout the practice, throughout the day ... but this, this particular one, i recognize and only appears when I'm here.
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