Nós por aqui temos uma hora certa para chegar ao Shala, recebemos o nosso turno no acto de inscrição sem direito a escolha da hora para virmos praticar. De vez em quando sentimos que ganhámos um presente, porque consideramos que a hora que nos calhou é a ideal para a nossa prática, e outras vezes herdamos um desafio, com uma hora que de todo não é a nossa favorita. Olhamos para o cartão, olhamos para o nosso professor, sorrimos, agradecemos e saímos, vamos para casa a pensar, "que raio de sorte a minha!", mas os anos de prática acabam por ajudar a logo sorrirmos e encolhermos os ombros. É só uma adaptação a um novo tempo, a uma nova rotina de pré-prática e pós-prática. É só mais um exemplo de aceitação, de entrega...
Quando recebemos um turno mais tarde, acabamos por ter a sorte de chegar diariamente ao shala e ter tempo para aprender, aprender com a prática dos nossos amigos, dos conhecidos e até com os desconhecidos. Para não falar do quanto usufruímos da especial oportunidade de observar dia após dia o nosso professor, como é que ele ajusta, quais as indicações que dá para aquela ou outra postura.
Todos os dias recebemos doses e doses de inspiração, reconhecemos beleza em todos estes rostos e corpos, força, garra, determinação, entrega, leveza, foco...
Celebramos cá de fora, as conquistas dos nossos amigos, a A que finalmente agarrou os calcanhares no Kapotasana, ou a B que já levanta do Karandavasana, ou o C que ganhou mais uma postura de 2ª série, ou o D que já anda pela 3ª A. Mas também enviamos força para os amigos, os conhecidos e para os desconhecidos, que estão a passar por alguma dificuldade...
Ali de fora, aprendemos com os outros e com o nosso professor, e quando chega a nossa hora de entrar, colocamos o tapete no lugar que nos calhou, deixamos as nossas coisas no balneário, com um sorriso fazemos mentalmente o mantra inicial, e lá começamos a nossa prática, respiração a respiração, postura a postura, sentindo dentro de nós uma energia especial, uma energia de Ashtanga, por tudo o que assimilámos.
Here we have a certain time to reach the Shala, got our shift upon the registration, without the right to choose the time for us to come to practice. Occasionally we feel that we won a present, because we consider that time we have is ideal for our practice, and sometimes we inherited a challenge, with a hour thar is not at all our favorite. We looked at the card, looked at our teacher, we smile, we appreciate and we leave, we go home thinking, "What the hell is my luck!", but years of practice help us to smiled and shrugged. It's just an adaptation to a new time, a new pre -practice and post -practice routine. It's just another example of acceptance, surrender ...
When we receive a late shift, we ended up having the luck to daily get to the shala and take time to learn, learn from the practice of our friends, with the people that we know and unknow. Not to mention how much we enjoy the special opportunity to observe day by day our teacher, how he adjust, which instructions he give to that posture or to other.
Every day we receive amount and amount of inspiration, we recognize beauty in all these faces and bodies, strength, power, determination, surrender, lightness, focus ...
We celebrate from the outside, the achievements of our friends, A that finally grabbed her heels in Kapotasana, or B that already raises from Karandavasana or C that won another position of 2nd series, or D that is already in 3rd series A. But we also send strength to our friends, people that we know and a to the ones we don´t know, which are experiencing some difficulty...
Out there, we learn with the others and with our teacher, and when it's our time to go, we put the mat in place that we take, we leave our stuff in the locker room, with a smile we make mentally the initial mantra, and we start our practice, breath by breath, posture by posture, feeling within us a special energy, an Ashtanga energy, from all that we assimilated.
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