segunda-feira, 18 de abril de 2011

Having a teacher









Para escolhermos um professor de Yoga, é necessário que façamos uma selecção sincera e que derive do nosso coração, não há grandes teorias sobre como escolher, uma vez que esta opção aparece naturalmente no coração do aluno, consubstanciado por um sentimento de admiração, respeito e uma enorme confiança para com esta pessoa. É preciso escutar o nosso coração e manter os olhos bem abertos, sem cairmos na ignorância ou sermos levados por modas e no entanto há que relembrarmos que um professor de Yoga, homem ou mulher, têm qualidades, mas como qualquer Ser Humano também terão os seus defeitos. Não existem professores de Yoga, santos, messias, existem sim, alguns, raros, que pela sua dedicação à prática e ao estudo do Yoga, desenvolvem características altamente motivadoras e que inspiram a olharmos a prática de outra perspectiva.


Ter um professor é uma grande benção, ter um professor de Yoga que é praticante, é duplamente uma benção, ter um professor que é também praticante e que se importa com os seus alunos, é uma tripla benção. Estas pessoas ajudam-nos na prática, abrem portas para chegarmos a determinado asana, instigam a praticarmos mesmo nos dias que não nos apetece, ou nos dias que o corpo nos dói. E que pelo seu exemplo no tapete e na vida, aceleram a vontade de darmos o nosso melhor dentro e fora do mat. Há muitos professores certificados e autorizados com o selo de Mysore, muitos outros que não têm o carimbo do KPJAYI e que continuam a ser grandes professores, também existem outros, que nem sequer ensinam Ashtanga Yoga, que leccionam outros métodos de Yoga e são pessoas que facilmente distinguimos como professores de Yoga muito especiais.


Entre as pessoas que nos vão ensinando, naturalmente decidimos qual deles é o nosso professor, até pode haver espaço para mais que um. Ter um professor de Yoga é uma grande honra, ter alguém que nos guia por este caminho, que não é de todo fácil, que nem sempre é alegre ou estável, alguém que nos ampara quando estamos prestes a cair ou a desistir, que nos coloca frente a frente com aquilo que normalmente tendemos a fugir, os medos, ansiedades, frustrações e o nosso Ego. Ter um professor com quem partilhar as dúvidas da prática, os erros e as vitórias, é algo muito especial.


Mais que um grande praticante de Yoga, que coloca a perna aqui e acolá, terá de ser honesto, com um coração puro, com capacidade de ensinar e explicar, que se importa com os seus alunos, que se esforça por criar as melhores condições para a prática e ensino de cada um. Um professor de Yoga, mais do que palrar cânticos, falar de energias, de espiritualidade, ou de se mostrar nesta ou naquela postura, terá de ser digno, com valores éticos consolidados pela prática dos Yamas e Niyamas. Que não venda realidades tidas como místicas, mas que saiba mostrar quem é, onde está e para onde pretende ir.


Os meus professores são pessoas que me inspiram a mais... bem haja Sharath, que tem a responsabilidade de seguir a tradição de Mysore, a linhagem do Ashtanga Yoga, que se formalizou com Shri T. Krishnamacharya (1888- 1989) e que se solidificou com Shri. K. Pattabhi Jois (1915-2009). Bem haja Rolf Naujokat, que um dia me relembrou que tinha de ser verdadeira comigo mesma e bem haja Carlos Rui, que me ensinou o que era uma prática regular.

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