domingo, 19 de dezembro de 2010
Ashtanga Way mas sem pressão
Sharath Rangswamy, neto do Guruji (1915-2009), continua a acentuar que esta prática deve ser feita 6x por semana, com um dia de descanso, normalmente ao sábado e com pausa nos dias de lua nova e lua cheia. Que as séries de posturas têm uma ordem precisa, onde a anterior prepara a próxima e que é esperado que o aluno as pratique como lhe foi ensinado, sem omissões ou adições de asanas. Que o método foi concebido como prática diária, que prepara o corpo para um controlo da mente e que pela respiração e pelas posturas, o sadhaka (praticante) vai desenvolvendo uma relação mais sincera consigo mesmo, com os outros e com o que o rodeia.
Seguindo este caminho, o praticante vai adquirindo um maior compromisso, dedicação e disciplina para com a prática, mas estas características não são impostas pelo professor nem pelo próprio método, o professor apenas mostra como este sistema de Yoga funciona e o método é descrito sem estar assente em dogmas ou sem estar delineado por regras rígidas, recorde-se que este tem sido adaptado ao longo dos anos, primeiro por Krishnamacharya, depois pelo Guruji e provavelmente será ajustado pelo próprio Sharath. Não o fizeram porque lhes deu na cabeça, mas porque a investigaram no seu próprio corpo e porque a observaram directamente nos seus alunos. Recorde-se que Krishanamacharya é reconhecido como um dos grandes mestres do Yoga, muito contribuindo para o conhecimento desta filosofia prática e que Pattabhi Jois teve um papel de destaque na difusão mundial do Ashtanga Yoga.
Todos temos diferentes percepções, motivações e resoluções para com esta prática, cabe a cada um decidir o que fazer com ela e como geri-la, mas por outro lado é papel do professor motivar os alunos para uma prática mais regular, sincera e dedicada, sem que isso signifique pressão ou imposição. Porque o professor existe para providenciar luz, mais discernimento, conhecimento, para facilitar, para abrir caminho, mas é sempre o aluno que decide se quer ou não seguir as suas indicações. Existe liberdade, mas terá sempre de haver respeito, respeito para com o professor e para com o sistema de Yoga que pratica.
Ashtanga sim, pressão não.
Método sim, dogma não.
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1 comentário:
legal, gostei desta visão, por causa da pressão tinha até parado de praticar ashtanga, mas percebi que está é a prática que eu gosto e que me faz bem, mas no meu ritmo sem pressão.
Bjs! saudades...
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