segunda-feira, 28 de outubro de 2013

JUST LIKE THIS...


"Maria, postura nova." Lá parei a prática e levantei a minha cabeça na direcção de onde achei que a professora estaria, porque podia estar a falar para mim como podia ser para outra Maria.
Dei com outra colega a olhar para ela, mas os olhos dela cruzaram-se com os meus e voltou a dizer a mesma frase. Desta segunda vez adicionou o nome da posição, uma tal BHUJA qualquer coisa, levantei outra vez a cabeça e rodei a face para ela com um sorriso e uma expressão a esboçarem um SOCORRO não sei o que estás a pedir-me! Uns instantes a seguir já estava à minha frente a descrever o que fiquei a conhecer como  - BHUJAPIDASANA. Enquanto descrevia passo a passo, ia fazendo,  só pensave, ela deve estar a sonhar se acha que eu vou fazer isto... e sem dar por ela, mesmo sem dar por ela, já tinha as pernas à volta dos braços, era nítido que o meu corpo só estava assim porque ela me estava a ajudar e a segurar, mas senti-me tão feliz como se voltasse aos tempos de criança.  No fim afirmou, com um sorriso brincalhão, "Amanhã voltamos a tentar..." Só quando estava a descer as escadas do Shala, com o tapete debaixo do braço, a caminho do meu carro é que pensei nisto tudo, nas experiências que vivo ali... este Ashtanga Yoga é muito engraçado! Amanhã há mais...



"Maria, new pose. " There i stopped the practice and raised my head towards where I thought the teacher would be, because she could be talking to me as could be for other Mary. I saw another colleague looking also at her, but her eyes crossed with mine and returned to say the same phrase. This second time  she added the name of the pose, BHUJA something, i raised my head again and  to turned my face to her with a smile and an expression trying to say HELP i don´t know what you're asking me! A few instants later she was in front of me describing what i learnt as - BHUJAPIDASANA. As she described step by step, she was also making it, i just thought she must be dreaming if she thinks i 'm doing this ... and without noticing it, really without noticing it, i  had my legs around the arms, it was clear that my body was just like that because she was helping and holding me, but i felt so happy as if back to the times of child. At the end she said, with a playful smile, " Tomorrow we try again... "Just when I was going down the Shala stairs,  with my mat under my arm, on the way to my car i thought about all this, about the experiences that i live there ... this Ashtanga Yoga  is very funny! Tomorrow there's more...

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

STILL KEEPING YOUR ASHTANGA YOGA PRACTICE

Estava a observar o nascer de mais um dia, de frente para uma paisagem deslumbrante, ainda a sentir o corpo cansado da caminhada do dia anterior, quando pensei neste artigo. Estava ali a beber o meu café, à espera de me sentir acordada o suficiente para dar inicio à minha prática, quando me lembrei do que muitos dos nossos praticantes partilham quando regressam de mais umas férias.      
Normalmente pergunto, "Então praticaste?". Inevitavelmente sorri ao recordar-me dos seus rostos, dos seus corpos bronzeados, do seu ar típico de regresso de férias, da sua energia em paz e das suas palavras."Hmmmm, não muito!", ou "Ah fiz umas vezes...", ou "Epá, o quarto onde fiquei tinha umas alcatifas péssimas...", ou "Pois, isto com os miúdos é difícil...", mas também há os que falam entusiasmados, "Sim! Pratiquei todos os dias...", ou "Consegui fazer, foi tão bom!", "... mandava os filhos com o meu marido para a praia e praticava, foi estupendo...", " pratiquei de tarde, não foi a mesma coisa, mas de manhã não dava mesmo".

 Praticar o nosso Ashtanga Yoga no nosso normal quotidiano nem sempre é fácil, temos que organizar os dias para estarmos a horas em cima do tapete e depois sairmos a horas para os nossos trabalhos, ou para irmos tomar conta e dar atenção à nossa família, etc. Por isso praticar o nosso Ashtanga Yoga quando estamos de férias, nas nossas tão merecidas férias, é suposto que seja muito mais fácil. Para alguns é realmente mais simples, traçam um dia-a-dia onde colocam a prática como prioridade, seja no início da manhã, antes da hora de almoço, ou ao final do dia, conseguem manter o seu Yoga. Mas para outros praticantes, o esperado e desejado período de férias é sinónimo de férias também do tapete de Yoga. Enquanto ia bebericando o café, olhei para dentro do quarto, ainda escuro, vi o espacinho que tinha para o meu tapete, ali junto das nossas malas,  depois voltei a observar o nascer bonito do dia, as ondas perfeitas ali à frente e sim, percebi a tentação que é dizer "até amanhã" ao meu tapete. Mas não há troca possível para a sensação especial que é colocar o tapete no chão e simplesmente praticar.  

Se for de manhã, mais a meio ou ao final do dia é completamente indiferente, se não der para fazer a prática toda, que seja feita uma parte, mas vale a pena tentar, vale a pena começar, porque depois, depois os dias ainda são mais marcantes, porque caminhamos mais direitos, subimos montanhas a respirar sem nos faltar o fôlego, descemos ravinas, com as pernas a tremer, mas conseguimos descer quando a maioria das pessoas tem de parar, arranjamos coragem para surfar ondas um pouco acima dos nossos limites e sentimos confiança no nosso corpo e na nossa mente que são sem dúvida, fruto de uma prática de Ashtanga que se tornou diária, que se tornou nossa companhia para os bons e maus momentos, que se tornou aliada, amiga e uma verdadeira forma de passarmos a conhecer os múltiplos aspectos do nosso Ser. 

Seja com a mesma intensidade, ou a meio gás, seja com os miúdos a brincarem ao lado,  com o nosso marido a ler à nossa frente, seja com sol, chuva, com dias bonitos ou não, leve o tapete nas próximas férias e tente.
Porque vale muito a pena! 
Boas práticas.

I was watching the sunrise of another day, facing a stunning landscape, still feeling my body tired from the walk of the last day, when I thought this article.  I was there drinking my coffee, waiting to feel awake enough to give beginning to my practice when I remembered what many of our practitioners  share when they return from another vacation.

I usually ask, "So you practiced?". I smile inevitably remembering their faces, their bronzed bodies, their typical air of return from vacation, their peace energy and their words ."Hmmmm, not much!", or "Oh I did a few times ...", or "... the room where I was had a bad carpet...", or "Well , this is difficult with the kids...", but there are also those who  enthusiastic spoke, "Yes! Practice every day ...", or "I was able to do, it was so good!", " ...  i sent the children with my husband to the beach and practiced, was stupendous...", " I practiced in the afternoon, was not the same thing, but in the morning there wasn´t possible.".

 Practicing our Ashtanga Yoga within our usual everyday is not always easy, we have to organize the days, to be on time on our Yoga mats and then we need to leave on time for our work, or to go take care and pay attention to our family, etc. So our Ashtanga Yoga practice while on holiday, our well-deserved vacation, is supposed to be much easier. For some it is actually simple, they draw the days where they put their practice as a priority, either early in the morning, before lunch time or the end of the day, they can keep their Yoga. But for other practitioners, the expected and desired vacation is also synonymous of being on holidays of their Yoga mats. As i sipped the coffee, I looked into the room, still dark, i saw the little space I had for my mat, right closed to our bags, then i watch again the beautiful sunrise,  the perfect waves right in front and yes, i realized the temptation of saying "see you tomorrow" to my mat. But there is no possible exchange  for the special feeling that is to put the mat on the floor and simply practice. 
If it is morning, noon or more at the end of the day is completely irrelevant, if it fails to make the entire practice, do a part of it, but is worth to try, it's worth starting, because after, after the days are even more remarkable, because we walk more right, we climbed mountains breathing without fail us our breath, we get down ravines, with the legs trembling , but we descend when most people have to stop, we arrange courage to ride waves and a bit above our limits and feel confident in our body and our mind, which is undoubtedly the result of an Ashtanga practice, that became daily, which became our company for the good and bad times, it became an ally, a friend and a true way to start to know the multiple aspects of our Self.

Be with the same intensity , or the medium gas , either with the kids playing next door, with our ​​husband reading in front of us, either with sun, rain, with beautiful days or not, take the mat and try on your next vacation. Because it's really worthwhile !
Happy practicing!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

ABOUT OUR LAST WORKSHOP WITH TIM FELDMANN


  


Partilhou conceitos, explicou perspectivas, desvendou segredos, salientou uma variedade de dicas e ofereceu, como só Feldmann sabe fazer, muitas soluções para uma prática de Ashtanga Yoga estável, consciente e duradoura. 
Relembrou alguns aspectos fundamentais para a nossa prática - como a nossa respiração que garante a capacidade de regular a entrada e saída de ar pelas nossas narinas, que em coordenação com os movimentos e posturas cria fluidez e dinamismo na nossa prática. A respiração no Ashtanga Yoga é uma forma de meditação, porque pode alterar o nosso estado normal de pensar para um estado interno de sentir. Porque tem a capacidade de direccionar a nossa mente para um estado de legítima paz, bem longe do turbilhão constante de pensamentos. Shri K. Pattabhi Jois afirmou, "When breath control is correct, mind control is possible", a respiração é o meio para chegarmos ao controlo da mente e do corpo, é com ela que conseguimos superar e aumentar os confortos dos nossos limites físicos, mentais, emocionais e energéticos. 

O segundo ponto que destacou foi  a importância dos BANDHAS. Explicou detalhadamente a sua localização física, que músculos activar e ou contrair, e de como são fundamentais para a prática de hoje, de amanhã, do dia, mês, ano seguinte... Desvendou o segredo do MULA BANDHA e do UDDIYANA BANDHA sem fazer uso de explicações abstractas e confusas, mas  pelo contrário usou técnicas simples, de fácil compreensão. Arrisco a afirmar que todos os que estiveram no Shala naqueles três dias, têm hoje uma prática de Ashtanga Yoga diferente, porque detém um conhecimento prático dos Bandhas, e por conseguinte, mais cedo ou mais tarde, conseguirão controlar aqueles dois pontos, aqueles dois selos tão importantes para o aprofundamento da prática para algo mais interno.  

O terceiro ponto que trabalhou connosco foram as posturas, apresentou de forma inteligente, consciente e versátil como descobrir o "mula" em cada postura, a raíz de cada postura, a base para cada postura. Indicou onde nasce cada uma das posições, quais as bases que precisamos de ter em conta, para mais tarde denotámos que muitos dos princípios que constroem uma postura de pé de anteflexão são também os mesmos para uma postura sentada de anteflexão. O mesmo sucede com a acção principal que origina uma postura de pé de torção, que é a mesma  numa postura sentada de torção. Haverá sempre algo a acrescentar de postura para postura, mas existem padrões correctos para executarmos as posições, sementes importantes que fazem descobrir semelhanças de asana para asana, solidificando uma abordagem mais estável e segura.

Foram três dias ricos de experiências, de novas perspectivas, de adicionar conhecimentos, de juntar técnicas, de reforçar contéudos... Obrigada Tim!

EN
Shared concepts , explained perspectives, unveiled secrets, highlighted a variety of tips and offered as only Feldmann knows, many solutions to a stable, conscious and lasting Ashtanga Yoga practice.

Recalled some fundamental aspects of our practice - as our breath that ensures the ability to regulate the entry and exit of air through our nostrils , which in coordination with the movements and postures creates fluidity and dynamism in our practice. The breath in Ashtanga Yoga is a form of meditation, because it can alter our normal state of thinking to an internal state of feeling. Because it has the ability to direct our mind to a state of legitimate peace, far from the constant whirlwind of thoughts. Shri K. Pattabhi Jois said, "When breath control is correct, mind control is possible", the breath is the means to get control of mind and body, it is with it that we overcome and increase the comforts of our physical, mental,  emotional and energetic limitations.



The second point that was stressed was the importance of the Bandhas. Explained in detail its physical location, which  muscles activate and or contract , and how they are fundamental to today , tomorrow, the next day, month , year practice ... Cracked the secret of Mula Bandha and Uddiyana Bandha without using abstract and confusing explanations, but instead used simple techniques, easy to understand. I venture to say that everyone who was in Shala those three days, have now a different practice of Ashtanga Yoga, because holds a practical knowledge of the Bandhas, and therefore, sooner or later, they will control those two points, those two seals so important for deepening the practice to something more internal.

 The third point that worked with us were the positions, presented  in an intelligent, conscious and versatile way of how to discover the "mula" in each posture, the root of each posture, the basis for each posture. Indicated where born each position, which the foundation we need to take into account, for later denote that many of the principles that build a posture of standing forward bend are also the same for a sitting posture of forward bend. The same applies to the main action that results in a standing twisting posture, which is the same in a sitting twisting posture. There will always be something to add to posture to posture, but there are correct patterns to execute the positions, important seeds that make us discovering similarities from asana to asana, solidifying a more stable and secure perspective. 

It was three days of rich experiences, new perspectives, adding  knowledge, joining techniques, to enhance contents ... Thank you Tim!