domingo, 29 de julho de 2012

Is not for everyone?!

Entre um passo e o outro fomos conversando sobre a nossa experiência como praticantes e professoras de Ashtanga Yoga. Entre um passo e o próximo partilhámos as nossas histórias de práticas e as nossas peripécias enquanto ensinamos. Entre um sorriso e uma gargalhada compartilhámos momentos engraçados, as últimas fofocas da comunidade Ashtangi, ou algumas dicas de como melhorar aquela tal postura que tanto tem dado trabalho... até acabarmos por entrar numa conversa um pouco mais séria e aprofundarmos um tema que muito tem dado que pensar.  



Será que o Ashtanga Yoga não é para todas as pessoas? Será que a disciplina necessária, a organização e gestão de um quotidiano que privilegia uma rotina de prática, dará para todos? 

Para esta minha amiga, colega de profissão, praticante do coração, o Ashtanga não é para todas as pessoas. Enquanto reconhecia a areia debaixo dos meus pés, respirava o abençoado ar fresco de mais uma tarde do nosso querido Verão, escutava os seus argumentos e inevitavelmente vi-me a questionar aquilo que tenho há tanto tempo pensado, escrito e falado. 

Até então tinha total certeza que esta prática é para todos, até então não tinha dúvidas que todos poderiam praticar Ashtanga, que fossem flexíveis ou não,  filhas, mães ou avós, mulheres ou homens,  ateus, cristãos, protestantes, ricos ou pobres.  

Mas talvez o Ashtanga não seja para todas as pessoas, talvez a minha querida amiga tenha razão, não por não poder ser praticado por todos, porque pode. Depois destes anos de ensino, se há algo que  continuarei a pensar, a escrever e a falar é que o Ashtanga Yoga pode ser praticado por todas as pessoas. Só que esta coisa do Ashtanga tocar os nossos limites, medos, frustrações, os nossos obstáculos mais internos e de ir  limpando do físico ao mais subtil. De ser real porque funciona, porque estamos connosco mesmo, onde usamos a nossa respiração e não a respiração do colega ao lado, que serve de ponte e ligação entre o corpo e mente. E de que apenas com tempo, regularidade, consistência é que temos a experiência de sentirmos a nossa própria grandiosidade, de tocarmos no nosso potencial. Esta coisa de implicar a tal disciplina, a tal organização, a rotina... no fundo um comprometimento que acaba por determinar que não seja ou não sirva, para todos. Porque ser praticante não é igual a vivermos um flirt de Verão, nem tão pouco uma "love story" de Outono, de Inverno, ou de Primavera. 

Deixámos os rastos das nossas pesadas no areal e  trouxemos na memória a percepção que haverão sempre alunos que se tornarão praticantes, que haverão sempre alunos que viverão uma história de Verão, outros que retornarão para um episódio de Outono... e que no papel de professoras resta-nos observar tudo isto, dar o nosso melhor e respeitar as opções de cada um e sorrir pela noção que Ashtanga pode ser praticado por todos, mas não é para todos. 

*foto retirada de pesquisa online. 

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Between one footstep and another we discuss our experiences as practitioners and teachers of Ashtanga Yoga. Between one footstep and another we share our stories of practice and incidents while teaching. Between a smile and a laugh we share funny moments, the latest gossip from the Ashtangi community, or some tips on how to better a certain posture which is giving us so much work… until we end up by entering a more serious conversation and deepen a topic which has given us much to think about.


Is it possible that Ashtanga Yoga is not for everyone? Is it possible that the necessary discipline, organization and management of everyday life which privileges a routine of practice, can be for everyone?

For this friend of mine, professional work colleague, heart’s practitioner, Ashtanga is not for everyone. As I acknowledged the sand beneath my feet, breathed the blessed fresh air of another afternoon of our darling summer, I listened to her arguments and inevitably I saw myself question that which I have thought of for so long, written and spoken about.


Until then I was absolutely certain that this practice was for all, until then I had no doubts that all could practice Ashtanga, whether they be flexible or not, daughters, mothers or grandmothers, women or men, atheists, Christians, Protestants, rich or poor.


But maybe Ashtanga is not for everyone, maybe my dear friend is right, not for not being able to be practiced by all, because it can be. After these years of teaching, if there is something I will continue to think, write and speak about is that Ashtanga Yoga can be practiced by all. It’s just that this thing of Ashtanga touching our limits, fears, frustrations, our most internal obstacles and cleansing the physical to the most subtle. That it is real because it functions, because we are really with ourselves, where we use our breath and not the breath of our colleague next to us, which serves as a point of connection between body and mind. And that it is only with time, regularity, consistence that we have the experience of feeling our own grandiosity, of touching our potential. This thing of implicating a certain discipline, a certain organization, a routine… in the end a commitment which determines that it is not or does not fit, everyone. Because being a practitioner is not the same as experiencing a summer flirt, 
neither a ‘love story’ in the Autumn, Winter or Spring.

We left the tracks of our burdens in the sand and brought to memory the perception that there will always be students who will become practitioners, that there will always be students who will live a Summer story, others who will return for an episode in the Autumn… and in the role of teachers we are left to observe this all, to give our all and respect the choices of each one and smile at the notion that Ashtanga can be practiced by all, but is not for all.

*photo taken from online research


quarta-feira, 18 de julho de 2012

A Glimpse of what is Ashtanga Yoga...by Kino Macgregor

 Mais um exemplo que apresenta o Ashtanga Yoga... mais uma inspiração... desta vez advindo da já reconhecida Kino Macgregor.

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Another example which presents Ashtanga Yoga... another inspiration... this time coming from the renowned Kino Macgregor. 

Today.


Hoje.
Comece hoje.
Não espere por amanhã.

Sim, hoje.
Comece hoje.
Não fique à espera que o Verão acabe.

Isso, hoje.
Comece hoje.
Estenda lá o tapete.
Sinta a respiração, junte os movimentos e as posturas.
Não tenha pressa para terminar.
Saboreie cada uma das suas respirações.
Viva cada parte da prática.
Divirta-se enquanto o faz.
Aproveite cada um dos seus benefícios.

Hoje.
Comece hoje.

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Today.
Start today.
Don´t wait for tomorrow.

Yes, today.
Start today.
Don´t wait for the summer to end.

That´s it, today.
Start today.
Roll out your mat.
Feel the breath, join the movements and the postures.
Don´t hurry to finish.
Savor each of your breaths.
Live every part of your practice.
Have fun while you doing it.
Take advantage of each of its benefits.

Today.
Start today.







*foto retirada de pesquisa online.
photo taken by online research. 

sábado, 7 de julho de 2012

In the spirit of Guru Purnima



Pensar no Guru Purnima, é lembrarmo-nos  do(s) nosso(s) professor(es) - relembrar momentos, vivenciar práticas, recordar aprendizagens.

É inevitável reflectir sobre aqueles que tiveram e têm um papel fundamental para a continuidade da nossa prática, mesmo quando tudo parece mais difícil. É muito simples, sentirmos um verdadeiro OBRIGADA, pelas dicas e pelas correcções dentro e fora do tapete. É muito fácil, não esquecermos pessoas, que são praticantes e professores, e que pelo seu exemplo, ajudaram a melhor entender o que é isto de ser praticante de Ashtanga e a responsabilidade do que é ser professor. Todos à sua maneira vieram trazer ainda mais inspiração, ainda mais noção, ainda mais luz.

No espírito do Guru Purnima, onde recordamos e renovamos as nossas intenções como alunos, onde acentuamos o respeito e a saudade pelo Guruji, e  para os da minha geração, onde irremediavelmente sentimos e acalentamos a importância de Sharath para a vivência e compreensão desta prática. Temos ainda espaço, especialmente dentro dos nossos corações,  para também remarcar os  professores que fazem parte do nosso caminho e que tiveram a compaixão de aceitarem-nos como alunos e ajudarem-nos com os seus conhecimentos a desbloquearmos, a aprendermos a contornar obstáculos, a relativizar limitações, a percebermos que hoje é assim e que amanhã, pelo nosso empenho e dedicação, tudo pode ficar melhor. É impossível não referenciar Peter Sanson, David Robson e Tim Feldmann.
Obrigada.

* fotos de arquivo pessoal.


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Thinking of Guru Purnima, is reminding ourselves of our teacher(s) - remembering moments, reliving practices, recollecting lessons.

Is inevitable to reflect upon those who had and have a fundamental role in the continuation of our practice, even when everything seems more difficult. It is very simple, to feel a real GRATITUDE, for the tips and for corrections on and off the mat. It is easy, not to forget people, who are practitioners and teachers, who through their example, have facilitated a better understanding of what it is to be an Ashtanga practitioner and a responsability of what is to be a teacher. All in their own  way have come to bring more inspiration, more awareness and even more light.


In the spirit of Guru Purnima, when we remeber and renew our intention as students, when we accentuate the respect and longing for Guruji, and for those of my generation, when irremediably we feel and nuture the importance of Sharath for the existence and comprehension of this practice. We still have space, especially within our hearts, to point out the teachers who are  part of our journey and have had the compassion to accept us as students and help us with their knowledge to unblock, to learn and duck obstacles, to relativize limitations, to understand that today is one way and tomorrow, through our endeavor and dedication, everything will be better. It is impossible not to mention Peter Sanson, David Robson and Tim Feldmann.

Thank you.

* photos taken from personal archieve. 









quinta-feira, 5 de julho de 2012

Guru Purnima






O Guru Purnima acontece no mês Julho, no dia de Lua Cheia e consiste numa festividade anual que presta homenagem ao Guru - aquele que remove a escuridão do nosso corpo, que traz luz à nossa mente  e que mostra o caminho para a nossa alma. É um dia onde prestamos o respeito ao nosso Guru - o professor - relembrando a importância que ele(s) ou ela(s) têm na nossa vida e reforçando a nossa intenção como alunos. 

Para os Ashtangis este é um dia particularmente especial, porque também festejamos o aniversário do Guruji, que nasceu em Julho de 1915, no dia de Lua Cheia. De Mysore para o resto do Mundo, escutam-se cânticos que salientam a importância do Guru, da necessidade do Guru, do papel do Guru. De Mysore para o resto do Mundo, relembram-se momentos vividos com Pattabhi Jois, partilham-se histórias, esboçam-se sorrisos, oferecem-se flores. De Mysore para o resto do Mundo, ficam olhares que representam saudades de um homem que dedicou a sua vida à prática, estudo e ensino do Ashtanga Yoga, que marcou e continuará a definir, a vida de tantos praticantes.  De Mysore para o resto Mundo, misturam-se hindus, católicos, muçulmanos, ateus e outros mais, mulheres e homens, novos e velhos, praticantes de tantos países, com corpos e mentes distintas, que se juntam para evocarem o Guru Ashtakam.  

"For seventy years he infused his body, mind and soul into the ashtanga yoga practice as he perfected his teaching methodology, taking what he learned from his teacher, Krishnamacharya, and adding his own unique touches, based on extensive research and years of practical experiences.(...)" Tim Miller, timmiller.typepad.com


*foto retirada de pesquisa online.


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Guru Purnima occurs in the month of July, on the day of full moon and consists of an annual festivity which pays homage to the Guru - he who removes darkness from our bodies, brings light to our minds and shows the way to our soul. It is a day when we pay respect to our Guru - our teacher - remembering the importance he/she  has in our lives and reinforcing our intentions as students. 


For Ashtangis this is a particularly special day, because we also celebrate Guruji s birthday, who was born in July 1915 on a full moon day. From Mysore to the rest of the World, chants are heard which emphasize the importance of the Guru, the necessity of the Guru, the role of the Guru. From Mysore to the rest of the World, moments with Pattabhi Jois are relived, stories shared, smiles sketched and flowers offered. From Mysore to the rest of the World, Hindus, Catholics, Muslims, Atheists and other mix, women and men, young and old, practitioners from so many countries with different bodies and minds, come together to sing the Guru Ashtakam. 


"For seventy years he infused his body, mind and soul into the ashtanga yoga practice as he perfected his teaching methodology, taking what he learned from his teacher, Krishnamacharya, and adding his own unique touches, based on extensive research and years of practical experiences.(...)" Tim Miller, timmiller.typepad.com


* photo taken from online  research.