Ainda com os alunos a terminarem as três posturas finais, estendi o tapete para começar a minha prática e antes de acabar as posturas de pé, já o Shala estava vazio.
O som da minha respiração e dos meus movimentos, eram apenas interrompidos pelo barulho do comboio a passar lá atrás, ou a buzina de um carro parado no sinal, ou o roncar mais alto da Biga lá fora.
Ali estava eu e eu mesma, como a prática deve ser, mesmo quando existem outros praticantes ao nosso lado. É aqui que começa mais uma viagem interna, por meio da prática. Podemos estar uns ao lado dos outros, a fazermos exactamente a mesma posição e as nossas viagens internas serão todas diferentes, dependendo do estado físico do nosso corpo, da nossa mente e emoções.
O que para uns será fisicamente fácil, para outros será uma verdadeira tortura, uns têm a mente sossegada e caladinha, outros escutam cem mil vozes todos advindas do mesmo lugar, dentro delas mesmas. Uns respiram com tranquilidade, mesmo que as posições sejam exigentes, e outros misturam-se com as suas emoções e voam alto ou aterram no chão sem dó ou piedade. Variedade de situações, que oscilam entre estes e outros extremos, mas que passeiam igualmente pelos seus intermédios, o que cria uma diversidade visível, notória e sentida de todas as viagens que fazemos em cima do tapete.
Aquele velho mito que praticar Ashtanga é repetir todos os dias a mesma coisa, é frase de quem nunca praticou Ashtanga, porque uma vez em cima do tapete, dia atrás de dia, conseguimos enumerar e descrever episodicamente cada uma das práticas. Umas vezes criaremos verdadeiros prémios nobel da literatura, outros verdadeiros folhetins de muito má qualidade. Teremos roteiros bonitos que seriam inteligentemente adaptados para um filme com direito a protagonistas de renome, e também curtas-metragens mais do gênero independente. Conseguiríamos recriar pelas experiências da prática, pelas viagens internas diárias, romances, comédias, dramas, oh quantos dramas! Uma variedade de argumentos que satisfariam uma diversidade de leitores, espectadores e curiosos.
Boas práticas!
*******With the students still finishing the final three positions, i reached the mat to start my practice and before i finished the standing postures, the Shala was already empty.
The sound of my breathing and my movements were only interrupted by the train noise in the back, or the horn of a car stopped at the signal or the louder snore of Biga out there.
There I was, me and myself, as the practice should be, even when we have other practitioners with us. It is here that starts another internal travel through the practice. We may be a few practitioners next to each other, doing exactly the same position and our internal travels will all be different, depending on the physical state of our body, our mind and emotions.
What for some is physically easy, for others it will be a real torture, some have a quiet and silent mind, others listen hundred thousand voices all coming from the same place, within themselves. Some breathe calmly, even if the positions are demanding, and other blend with their emotions and high-flying or landing on the ground without pity or mercy. Variety of situations, ranging from these and other extremes, but also wandering in the intermediate ways, which creates a visible, notorious, and felt diversity of trips that we do on the mat.
That old myth that Ashtanga practice is repeating every day the same thing, is a sentence from those who never practiced Ashtanga, because once on the mat, day after day, we can enumerate and describe episodically each of the practices. Sometimes we create real literature Nobel Prizes, other true serials of very poor quality. We will have beautiful routes that would be cleverly adapted to a movie with renowned protagonists, and also more independent genre of short films. We could recreate by the practical experience, and daily internal travels, novels, comedies, dramas, oh how many dramas! A variety of arguments that would satisfy a variety of readers, viewers and curious.
Happy practicing!
O som da minha respiração e dos meus movimentos, eram apenas interrompidos pelo barulho do comboio a passar lá atrás, ou a buzina de um carro parado no sinal, ou o roncar mais alto da Biga lá fora.
Ali estava eu e eu mesma, como a prática deve ser, mesmo quando existem outros praticantes ao nosso lado. É aqui que começa mais uma viagem interna, por meio da prática. Podemos estar uns ao lado dos outros, a fazermos exactamente a mesma posição e as nossas viagens internas serão todas diferentes, dependendo do estado físico do nosso corpo, da nossa mente e emoções.
O que para uns será fisicamente fácil, para outros será uma verdadeira tortura, uns têm a mente sossegada e caladinha, outros escutam cem mil vozes todos advindas do mesmo lugar, dentro delas mesmas. Uns respiram com tranquilidade, mesmo que as posições sejam exigentes, e outros misturam-se com as suas emoções e voam alto ou aterram no chão sem dó ou piedade. Variedade de situações, que oscilam entre estes e outros extremos, mas que passeiam igualmente pelos seus intermédios, o que cria uma diversidade visível, notória e sentida de todas as viagens que fazemos em cima do tapete.
Aquele velho mito que praticar Ashtanga é repetir todos os dias a mesma coisa, é frase de quem nunca praticou Ashtanga, porque uma vez em cima do tapete, dia atrás de dia, conseguimos enumerar e descrever episodicamente cada uma das práticas. Umas vezes criaremos verdadeiros prémios nobel da literatura, outros verdadeiros folhetins de muito má qualidade. Teremos roteiros bonitos que seriam inteligentemente adaptados para um filme com direito a protagonistas de renome, e também curtas-metragens mais do gênero independente. Conseguiríamos recriar pelas experiências da prática, pelas viagens internas diárias, romances, comédias, dramas, oh quantos dramas! Uma variedade de argumentos que satisfariam uma diversidade de leitores, espectadores e curiosos.
Boas práticas!
*******With the students still finishing the final three positions, i reached the mat to start my practice and before i finished the standing postures, the Shala was already empty.
The sound of my breathing and my movements were only interrupted by the train noise in the back, or the horn of a car stopped at the signal or the louder snore of Biga out there.
There I was, me and myself, as the practice should be, even when we have other practitioners with us. It is here that starts another internal travel through the practice. We may be a few practitioners next to each other, doing exactly the same position and our internal travels will all be different, depending on the physical state of our body, our mind and emotions.
What for some is physically easy, for others it will be a real torture, some have a quiet and silent mind, others listen hundred thousand voices all coming from the same place, within themselves. Some breathe calmly, even if the positions are demanding, and other blend with their emotions and high-flying or landing on the ground without pity or mercy. Variety of situations, ranging from these and other extremes, but also wandering in the intermediate ways, which creates a visible, notorious, and felt diversity of trips that we do on the mat.
That old myth that Ashtanga practice is repeating every day the same thing, is a sentence from those who never practiced Ashtanga, because once on the mat, day after day, we can enumerate and describe episodically each of the practices. Sometimes we create real literature Nobel Prizes, other true serials of very poor quality. We will have beautiful routes that would be cleverly adapted to a movie with renowned protagonists, and also more independent genre of short films. We could recreate by the practical experience, and daily internal travels, novels, comedies, dramas, oh how many dramas! A variety of arguments that would satisfy a variety of readers, viewers and curious.
Happy practicing!
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