Depois de mais um dia de trabalho, sentada durante horas ao computador a organizar as três novas campanhas da agência, tudo o que me apetecia era entrar naquele espaço, onde deixo os sapatos à entrada, coloco o tlm no silencio, caminho descalça e troco para a minha roupa de prática. Assim que piso o tapete e começo a minha prática, sinto que saem da minha cabeça os telefonemas do cliente A e B que pediu as alterações ao trabalho que já entregámos, desaparece da mente o olhar e a expressão de reprovação do meu director criativo quando apresentei a proposta hoje de manhã, desvanece quase integralmente as preocupações com a Maria e as negativas constantes a matemática, e tudo o resto que andou comigo durante todas as horas daquele dia.
Faz-se silêncio, escuto apenas o som da minha respiração e os sons dos outros praticantes que como eu, estão ali em cima dos tapetes a encontrarem um corpo e uma mente que se perde no dia-a-dia de funções, responsabilidades e pressões. Encaixo as posturas e as transições entre estas na minha respiração, e na extensão de cada uma das minhas respirações nasce maior silêncio e distanciamento das preocupações de à pouco. Enquanto entro, permaneço e saio de cada uma das posições, crio harmonia ao unir o meu corpo, esta mão que é a minha mão há 45 anos, este dedo do pé que também cá anda ao mesmo tempo, vejo estas partes do meu corpo que fazem parte de mim desde sempre, mas que aqui, que ali, sinto-as mais vivas. Vou sentindo gradualmente uma união, uma sintonia de corpo e mente tão oposta aos meus dias fora desta sala, quando dentro do carro, logo pela manhã enfrento o trânsito da A5, ou quando tento dar "vazão" a todos os trabalhos que a agência me apresenta, etc.
*******After another day of work, where I sat for hours at the computer to organize three new campaigns for the agency, that everything want was entering in that space, where i leave my shoes at the entrance, put the cell phone in silence, walk barefoot and change for my clothing practice. Once i am on the mat and start my practice, I feel leaving my head the phone call of the customer A and B who requested the changes to the work that we already delivered, disappears from my mind the look and expression of disapproval of my creative director when in the morning I presented the proposal, almost entirely fades the concerns with Maria and the constant mathematic bad grades, and everything else that was with me during all hours of the day.
There I find silence, i only hear the sound of my breathing and the sounds of other practitioners that like me, are there upon the mat to find a body and a mind that is lost in the day-to-day functions, responsibilities and pressures. I Fit the postures and transitions between these on my breathing, and the extension of each of my breath bring quiet and detachement from the past concerns. As I enter, remain and leave each position, i create harmony by uniting my body, this hand is my hand for 45 years, this toe that also is here see ever, while I see these parts of my body that are part of myself, but here, there, I feel them more alive. I gradually feel a union, an alignment of body and mind so opposed to my days outside this room, when in the car, in the morning I face the A5 traffic, or when I try to deliver all the work that the agency ask, etc.
A rush that often only stop when I find myself up here on this mat, here everything is relative, here everything gives me a new perspective, a new breath, a new rhythm. Here I calm myself, here I feel my feet, these two legs, this trunk and every part of me.