terça-feira, 28 de outubro de 2014

Take a breath...

Depois de mais um dia de trabalho, sentada durante horas ao computador a organizar as três novas campanhas da agência, tudo o que me apetecia era entrar naquele espaço, onde deixo os sapatos à entrada, coloco o tlm no silencio, caminho descalça e troco para a minha roupa de prática. Assim que piso o tapete e começo a minha prática, sinto que saem da minha cabeça os telefonemas do cliente A e B que pediu as alterações ao trabalho que já entregámos, desaparece da mente o olhar e a expressão de reprovação do meu director criativo quando apresentei a proposta hoje de manhã, desvanece quase integralmente as preocupações com a Maria e as negativas constantes a matemática, e tudo o resto que andou comigo durante todas as horas daquele dia.

Faz-se silêncio, escuto apenas  o som da minha respiração e os sons dos outros praticantes que como eu, estão ali em cima dos tapetes a encontrarem um corpo e uma mente que se perde no dia-a-dia de funções, responsabilidades e pressões. Encaixo as posturas e as transições entre estas na minha respiração, e na extensão de cada uma das minhas respirações nasce maior silêncio e distanciamento das preocupações de à pouco. Enquanto entro, permaneço e saio de cada uma das posições, crio harmonia ao unir o meu corpo, esta mão que é a minha mão há 45 anos, este dedo do pé que também cá anda ao mesmo tempo, vejo estas partes do meu corpo que fazem parte de mim desde sempre, mas que aqui, que ali, sinto-as mais vivas. Vou sentindo gradualmente uma união, uma  sintonia de corpo e mente tão oposta aos meus dias fora desta sala, quando dentro do carro, logo pela manhã enfrento o trânsito da A5, ou quando tento dar "vazão" a todos os trabalhos que a agência me apresenta, etc.

Uma correria que muitas vezes só pará, quando me vejo aqui em cima deste tapete, aqui tudo fica relativo, aqui tudo me oferece uma nova perspectiva, uma nova respiração, um novo ritmo. Aqui acalmo, aqui sinto mesmo os meus pés, estas duas pernas, este tronco e cada parte de mim.

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After another day of work, where I sat for hours at the computer to organize three new campaigns for the agency, that everything want was entering in that space, where i leave my shoes at the entrance, put the cell phone in silence, walk barefoot and change for my clothing practice. Once  i am on the  mat and start my practice, I feel leaving my head the phone call of  the customer A and B  who requested the changes to the work that we already delivered, disappears from my mind the look and expression of disapproval of my creative director when in the morning I presented the proposal, almost entirely fades the concerns with Maria and the constant mathematic bad grades, and everything else that was with me during all hours of the day.


There I find silence, i only hear the sound of my breathing and the sounds of other practitioners that  like me, are there upon the mat to find a body and a mind that is lost in the day-to-day functions, responsibilities and pressures. I  Fit the postures and transitions between these on my breathing, and the extension of each of my breath bring quiet and detachement from the past concerns. As I enter, remain and leave each position, i  create harmony by uniting my body, this hand is my hand for 45 years, this toe that also is here see ever, while I see these parts of my body that are part of myself, but here, there, I feel them more alive. I gradually feel a union, an alignment of body and mind so opposed to my days outside this room, when in the car, in the morning I face the A5 traffic, or when I try to deliver all the work that the agency ask, etc.

A rush that often only stop when I find myself up here on this mat, here everything is relative, here everything gives me a new perspective, a new breath, a new rhythm. Here I calm myself, here I feel my feet, these two legs, this trunk and every part of me.

domingo, 12 de outubro de 2014

Who would say?!

Estava a retomar a prática, depois das férias de verão. Só reparei na falta que o Ashtanga e que aquele lugar me fez, quando regressei. E que falta! Mesmo com as dores musculares de estar a retomar, mesmo com estes dois quilos a mais, fruto de algum descuido alimentar, dos jantares até tarde com a família e os amigos, dos dias estendidos ao sol nas praias a Sul, das cervejinhas a mais no final do dia, enfim...férias de verão... Se pratiquei algum dia? Levei o tapete, assim como a velha prancha de surf, misturados na mala do carro com os brinquedos dos meus filhos, as pás e os baldinhos da praia, a bicicleta da mais pequena. Mas praticar? Não, não pratiquei, à professora disse que sim, que pratiquei pelo menos 3x, não tive coragem de dizer que não, mas parece-me que durante a primeira aula, ela deve ter reparado na mentira, porque o corpo custou a dobrar.

Quando estava a sair de mais uma das aulas, ainda com o cabelo molhado, arrastando os pés pelo chão de madeira e desviando-me dos tapetes e dos praticantes que ainda estavam na sala, ela disse-me, "até amanhã. A
manhã vem á aula, começamos às 6.30. Tenta vir. Acordas mais cedo e começas o dia com a tua prática!" Eu não disse que sim nem que não, não disse nada, já tinha mentido com a cena de ter praticado nas férias, não ia dizer-lhe que ia, quando tudo em mim, respondia, "deve ser doida, acordar às 5.30 para estar estar aqui para uma aula às 6.30 da manhã?!" Sorri e saí.

Cheguei a casa, ajudei a Raquel com os jantares e as dormidas das crianças. E quando estávamos só os dois, contei-lhe do episódio da aula, da professora aconselhar para ir amanhã à tal Guiada, expliquei à Raquel a diferença entre o que fazia durante a semana e essa aula de Sexta-feira e para surpresa minha, disse-me para ir, que se safava sozinha com as preparações dos miúdos para a escola e que eu fosse. O despertador não chegou a tocar, acordei sozinho uns minutos antes do alarme, mexi-me devagar pela casa para não acordar ninguém, deixei um "obrigado" escrito num papel para a minha mulher. Estava escuro lá fora, eram 6.10 da manhã. O corpo parecia uma barra de cimento, não mexia para nenhum lado e pensei para mim mesmo, que aquilo de praticar logo cedo ia correr muito mal.
 

Cá fora já estavam uns quantos sapatos, haviam então outros como eu, que decidiram acordar cedo e vir à aula. Vi outros a chegarem, uns com cara de sono, pareciam acabados de se levantar, outros visivelmente com mais energia. 

Começou com o mantra inicial às 6.30, pareceu mais intenso que nas aulas da tarde, e conduziu-nos pela prática. Tinha voz forte, instigando a mantermos a concentração, a aumentarmos o equilíbrio  entre a respiração e os movimentos, éramos levados postura atrás de postura. O calor da sala aumentou rápido, o calor dos corpos também, não houve tempo para me queixar das dorzinhas musculares, não houve tempo para pensar nisto ou naquilo, atrás de uma respiração fazia a próxima, atrás de um movimento vinha outro. A hora e meia passou, com intensidade, quando me deitei para descansar estava com o corpo molhado de transpiração e com um sorriso nos lábios.
Quando saí, sorri-lhe e agradeci.
Aula Guiada às 6.30! Eu? Quem diria?!

*******I was returning to the practice after the summer vacation. I Just noticed how much I missed Ashtanga and that place when I returned to it. And I really missed it! Even with the muscle pain of coming back to it, even with more these two pounds, the result of some carelessness food, late dinners with family and friends, the days basking in the sun on the beaches of the south, of the beers in the end of the day, well ... summer vacation ... If practiced someday? I took the mat, as well as the old surfboard, mixed in the trunk with the toys of my children, shovels and buckets to the beach, the bike of my smallest daughter. But practice? No I didn't practice, to the teacher I said yes, that I practiced at least 3 times, I had not the courage to say no, but I think during the first class, she must have noticed the lie, because the body did not bend at all.

When I was leaving the room from another class, she told me, "see you tomorrow. Come tomorrow, we will started at 6:30. Try to come. You will wake up earlier and start the day with your practice!" I did not say yes or no, didn't say anything, i had lied, when I said I had practiced on vacation, I would not tell her I was going to come to class, when everything in me, answered, "you must be crazy, waking up at 5:30 to be be here for a class at 6.30 in the morning?" I smiled and left.

I came home, helped Rachel with dinners and sleep of our children. And when we were only the two, I told her about the class episode, the teacher advinde  me tomorrow to go to the Guided class, I  explained the difference between what i do during the week and this Friday class and for my surprise, she  told me to go, that she would  prepare by herself the kids to school. The alarm clock did not ring, I woke up alone a few minutes before the alarm, shifted me slowly through the house not to wake anyone, left a "thank you" written on a paper for my wife. It was dark outside, was 6:10 in the morning. The body looked like a bar of cement, did not move to anywhere, I thought to myself, that this thing of  practicing so earlier, it was going to be difficult. 

Outside were already a few shoes, so  there were others like me who decided to wake up early and come to class.  I saw other students arriving, some with sleepy faces, seemed to just had woke up, others visibly more energetic.

She Began at 6.30 with the initial mantra, which seemed more intense than in the afternoon classes, and led us through the practice. Had a strong voice, instigating for maintaining concentration, to increase the balance between breathing and movements, she direct us posture by posture. The heat of the room rose fast, the body heat also, there was no time to complain of muscle pain, there was no time to think of this or that, after the one breath I was making the next, behind a movement came another. The hour and a half passed with intensity, and when I lay down to rest, I  was wet with perspiration, and with a smile in my face.
When I left, I smiled and thanked her.
Guided class at 6:30am! Me? Who would say?!

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

ASHTANGA YOGA INTENSIVE WORKSHOP WITH MANUEL FERREIRA, 24, 25, 26thOCTOBER


Nos próximos dias 24, 25 & 26 de Outubro, o Ashtanga Cascais irá receber mais um Intensivo de Ashtanga Yoga. Desta vez contaremos com a presença e experiência de um professor português, reconhecido e muito querido pela nossa comunidade. 
Será um final de tarde e duas manhãs de prática e teoria focada na arte da respiração como forma a promover maior profundidade na execução das posturas e nas transições entre estas. Aproveitem estes dias para reverem, ou conhecerem pela primeira vez, e estudarem com o professor Manuel Ferreira, aqui no Ashtanga Cascais. ❤️

Manuel Ferreira
Desde 2004 que estuda Ashtanga Yoga, no Shri K. Pattabhi Jois Ashtanga Yoga Institute (KPJAYI) em Mysore, Sul da India, para onde viaja anualmente, de modo a aprofundar os seus estudos. Actualmente está a aprender com o seu professor, Sharat Jois, a série Avançada A. 
É professor Autorizado a ensinar Ashtanga Yoga com reconhecimento do KPJAYI desde 2009. O seu ensino reflecte a tradição de Mysore, salientando o método de Ashtanga conforme aprendeu. 
Depois de ter sido co-fundador do Ashtanga Cascais Yoga Shala em 2007, onde leccionou por dois anos, ensinou em vários países, Filipinas, Malásia, Austrália, Canadá, Tailândia, Brasil, Noruega, Portugal,  Bélgica e Japão.
Contem com três dias de prática de Ashtanga Yoga, com um professor português, que explicará a arte de respirar, de sincronizar respiração, movimento e posturas, para uma prática forte, sólida e consistente de Yoga. 

Programa
Dia 24, Sexta-feira, 18.30
A Arte Da Respiração  - utilizando a respiração para criar transições suaves e estáveis em cada um dos Vinyasas. Começando pelo Surya Namaskar para aprender a adquirir um prática fluída. (2h)

Dia 25, Sábado, às 8h
Mysore Style - a forma tradicional de praticar Ashtanga Yoga, onde o professor trabalha individualmente com cada praticante.
Ás 11h,
Aprofundar As Posturas - com a respiração certa e coordenada, criamos estabilidade e maior compreensão nas posturas de pé e sentadas. "À medida que aprendemos a arte de usar a respiração com um asana, aprendemos a própria arte da respiração." Manuel Ferreira 
 (2h) 

Dia 26, Domingo, às 8h
Mysore Style
Ás 11h, 
Dúvidas, Perguntas & Respostas.

Mais informações e inscrições 
Ashtanga Cascais,
www.ashtangacascais.com
ashtangacascais@gmail.com
Facebook Ashtanga  Cascais 

On the next 24, 25 & 26th October, the Ashtanga Cascais will receive another Ashtanga Yoga Intensive. This time we will have the presence and experience of a portuguese teacher, who is recognized and well loved by our community. It will be one late afternoon and two mornings of practice and theory focused on the art of breathing as a way to promote greater depth in the execution of the postures and the transitions between these. Enjoy these days to meet again, or know the first 
time, and study with Manuel Ferreira, here in Ashtanga Cascais.❤️

Manuel Ferreira
Since 2004 he is studying Ashtanga Yoga at Sri K. Pattabhi Jois  Ashtanga Yoga Institute (KPJAYI) in Mysore, South India, where he travels annually to further his studies. He is currently learning with his teacher, Sharat Jois, Advanced  A series.

He is an Authorized teacher with KPJAYI  recognition to teach Ashtanha Yoga since 2009. His teaching reflects the tradition of Mysore, emphasizing the Ashtanga method as taught.

After being co-founder of Ashtanga Cascais Yoga Shala in 2007, where he taught for two years, he taught in several countries, the Philippines, Malaysia, Australia, Canada, Thailand, Brazil, Norway, Portugal, Belgium and Japan.

Count with three days of Ashtanga Yoga practice, with a Portuguese teacher who will explain the art of breathing, synchronizing breathing, movement and posture, for a strong, solid and consistent Yoga practice.

Program
Day 24th, Friday, 6.30pm
The Art Of Breathing - using the breath to create smooth and stable transitions in each vinyasas. Starting with the Surya Namaskar to learn how to purchase a fluid practice. (2h)

Day 25th, Saturday, 8am
Mysore Style - traditional form of Ashtanga Yoga practice where the teacher works individually with each practitioner.
11am Deepening The Postures - with the right and coordinated breathing, we create stability and greater understanding in standing and sitting postures. "As we learn the art of using the breath in the asana, we learn the art of breathing itself." Manuel Ferreira (2h)

Day 26th,Sunday, 8am
Mysore Style, 11am
Questions & Answers.

More information and registration
Ashtanga Cascais,
www.ashtangacascais.com
ashtangacascais@gmail.com
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