sábado, 12 de novembro de 2011

A little (little) about hinduism






Eu não sou hindu, mas confesso que tenho uma enorme simpatia e identificação com alguns conceitos e deuses que fazem parte da tradição, crença e ritual desta religião. Cada vez que regresso a Mysore e que vivo em Gokulam, retomo a construção de uma maior recepção e ligação com estes conceitos e deuses, falo particularmente da noção de dharma, samsara, karma e de Ganesha, Hanuman e Lakshmi.

Compreender o Hinduísmo não é tarefa fácil, porque é uma religião que une uma diversidade de aspectos culturais e religiosos, que para uma leiga como eu, são verdadeiros paradoxos. Durante muito tempo considerei que o Hinduísmo era uma religião politeísta, porque faz referência e culto a uma gigantesca panóplia de deuses e deusas. Depois de algum estudo e pesquisa, compreendi que embora haja uma diversidade de deuses, que estes são manifestações de uma só identidade Superior, ou de um Supremo Absoluto, chamado Brahman.

Todos estes deuses são aspectos desta realidade superior, que não pode ser caracterizada, não tem forma, não tem género, porque esta identidade está em todo o lado, e tudo faz parte de Brahman. Cada Ser Humano tem uma parte de Brahman, o nosso Atman, a nossa alma.

Estes deuses são apenas aspectos de Brahman e em última instância são o próprio Brahman, mas não podem ser igualados ou comparados, porque Brahman é abstracta, não tem descrição, não é palpável e por outro lado revela-se em tudo e em todos, porque é a alma universal.

Brahman existe em tudo e tudo deriva de Brahman, por isso é que para o Hindu todas as coisas são sagradas, as plantas, as árvores, os animais, etc. Também acredita na reencarnação, que é a crença que a nossa alma é eterna, não acaba com a morte do nosso corpo, vive muitas vidas e em muitos corpos. Por vezes renasce num corpo humano, noutras num corpo de um animal, noutras num corpo de uma flor...

A alma passa por um ciclo de vidas sucessivas e a próxima reencarnação depende sempre das suas vidas passadas. As nossas acções presentes determinam o nosso destino nesta vida e nas próximas, Karma. Nós passamos por um ciclo de nascimentos e mortes (Samsara), que são determinados pelo karma, que depende da forma como agimos na nossa vida actual e nas anteriores.

O Hinduísmo é religião que acenta mais em práticas que em crenças, porque implica que as pessoas vivam de acordo com Dharma, princípios e condutas éticas e pelo respeito pelo Karma, de modo a chegar a Moksha, à liberdade deste ciclo de nascimento e renascimento, de união com Brahman.

Existem tantos deuses e deusas hindus, tantas histórias sobre os seus nascimentos, feitos e poderes, os meus preferidos são: Ganesha, o deus com cabeça de elefante, é tido como filho de Shiva e Parvati e tem como principal significado o de remoção de obstáculos, é também aquele que garante sucesso, riqueza e conhecimento;
Hanuman, o deus com cabeça de macaco, é símbolo de força física e mental, veracidade e lealdade, humildade e profunda devoção a Brahman;
e Lakshmi, a deusa da luz, da beleza, da boa sorte e da prosperidade.

Escrever sobre Hinduísmo não é de todo simples, porque engloba conceitos que necessitam de mais estudo, noções que se fundem noutras, tradições esboçadas em inúmeros rituais. Para se praticar Yoga, particularmente Ashtanga Yoga não necessitamos de ser hindus, ou de simpatizarmos com esta religião, podemos ser o que queremos e acreditar no que quisermos, a única coisa que necessitamos é de praticarmos a nossa sequências de respiração, movimentos e posturas e quer esta nos aproxime ou afaste da religião, de qualquer religião, o interessante mesmo é conseguirmos sentir mais o nosso corpo, a nossa mente e devagarinho, sem expectativas ou planos irmos saboreando a vivência da nossa alma.

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