Depois de 5 dias de prática e estudo com o Peter Sanson, ficamos sentados dentro de nós mesmos, com a sensação intensa de termos feito trabalho externo e interno. Limpeza de corpo, pelos litros de suor que largámos na sala, mas desintoxicação da mente e alma por tudo o que aprendemos pelas suas palavras e indicações. Sentados connosco mesmo, ainda conseguimos ouvir alto e em bom som, os conselhos que deixou durante cada aula.
"SLOWLYYYYY. DON´T PUSH. RELAX. GENTLE. NO BATTLE. NO FIGHT. NO TENSION." E muitas outras das suas expressões, que falou, em pleno sotaque neozelandês, dia atrás de dia, para conduzir-nos à intenção que ele acredita que é a verdadeira essência desta prática de Yoga.
Primeiro - que o Ashtanga Yoga é uma prática de respirações conscientes. A respiração é simples, feita pelo nariz e com som.
Segundo - que devemos manter o foco para reproduzirmos uma prática sem tensão, sem esforço. Que seja um processo natural, de passo a passo, ou prática a prática, abrirmos os nossos limites físicos, aumentando flexibilidade e força.
Terceiro - Que não vale a pena forçar-nos para entrarmos dentro das posturas, que isso apenas leva a maior hipótese de gerarmos lesões, dores e incômodos. Que as posturas devem ser confortáveis, então há encontrar espaço no corpo para fazermos as posições. E esse espaço, acaba por ser encontrado com pequenas indicações que ele foi oferecendo. E sem darmos por ela, estávamos dentro das posturas que normalmente são vividas com muito medo, tensão, ou dor, a respirar calmamente com a sensação maravilhosa de liberdade, de fluxo energético.
Quarto - para pararmos com a parvoíce da valorização do estético, de reproduzirmos as posturas para ficarmos bonitos nas posições. Mas para dar valor à questão energética da posição, dos circuitos energéticos gerados nas posturas, para aumentarmos a nossa saúde. E que por esta atitude também encontraremos os tais espaços que irão ajudar a remover tensão, ou dor. E ampliar a noção que Ashtanga Yoga não é uma batalha, uma guerra, que quando subimos ao tapete não necessitamos de trazer as armas, armaduras e escudos.
Quinto - para não abusarmos. Para praticarmos sem agendas nem objectivos. Que a prática é para vida. E não vale a pena estoirar-nos e cansarmo-nos, que isso não é de todo parte do método de Shri K. Pattabhi Jois. Há que construir o nosso Sadhana, dia atrás de dia. Para não sermos ambiciosos, que isso apenas irá levar-nos a becos sem saída, onde inevitavelmente teremos de dar meia volta e fazer o caminho inverso, ou ficaremos a bater com a cabeça numa parede, sem avançarmos para lado algo, a não ser para dentro de frustração.
Sexto - que esta é uma prática especial. Que é um instrumento para sermos mais felizes. Que basta ter calma. Não é uma guerra entre nós e as posições, mas o contrário, é uma vivência de paz, de tranquilidade em cada uma das respirações, seja nas posturas fáceis ou nas mais exigentes.
Sétimo - praticar com regularidade, estender o tapete todos os dias e dar-nos a oportunidade de experienciar o Ashtanga Yoga como parte integrante do nosso quotidiano. E que a nossa prática é algo só nosso, que o processo que passamos não tem de ser igual ao do colega do lado e nem tem de ser comparado. Não interessa se ainda estamos a meio da Primeira Série, ou se começámos agora a fazer Terceira, o importante é repararmos como estamos a praticar, qual é o estado da nossa respiração? Como está a nossa mente?
Oitavo - Entrega e aceitação são partes fundamentais para um processo de transformação. Entrega no método e aceitação de onde estamos, como somos, como é o nosso corpo e depois deixar que o processo continue. E permitir que surjam surpresas pelo caminho, de repente conseguimos avançar mais um milímetro entre uma mão e a outra, ou esticamos uma das pernas, ou chegarmos com facilidade a uma posição que até então considerávamos, por medo, impossível. Há que ter calma. Aprender a esperar, sem pressas, porque o único segredo do Ashtanga, é praticarmos com intenção e técnicas correctas.
Boas práticas!
EN
After 5 days of practice and study with Peter Sanson, we sat inside ourselves, with intense feeling of having done internal and external work. Body cleansing, by the liters of sweat we dropped in the room, but also detoxification of the mind and soul of everything we have learned through his words and statements. Sitting with ourselves, we can still hear loud and clear sound, the advices he left in each class. "SLOWLYYYYY. DON'T PUSH. RELAX. GENTLE. NO BATTLE. NO FIGHT. NO TENSION." And many other of his expressions that spoke, in New Zealand accent day after day, to lead us to the intention that he believes is the true essence of this Yoga practice.
First - the Ashtanga Yoga is a practice of conscious breathing. Breathing is simple, through the nose and with sound.
Second - we must maintain focus to reproduce a practice without tension, without effort. It is a natural process, step by step, or practice to practice, we open our physical limits, increasing flexibility and strength.
Third - That is not worth forcing us to enter into the postures, it only leads to greater chance we generate injuries, aches and pains. The postures should be comfortable, so there we can find space in the body to do the positions. And this space turns out to be found with small indications that he was offering. And without noticing, we were in the positions that are often experienced with great fear, tension, or pain, breathing quietly with the wonderful feeling of freedom, energy flow.
Fourth - to stop with the foolishness of the appreciation of the aesthetic, of reproducing the postures to appear in beautiful positions. But to give value to the energy issue of the Asana, of the generated energy circuit inside each posture, to increase our health. And that by this attitude we will also find that space that will help remove tension or pain. And to expand the notion that Ashtanga Yoga is not a battle, a war, that when we step our mat, we do not need to bring weapons, armor and shields.
Fifth - not abuse. To practice without agendas or goals. That this practice is for life. And it is not worth getting exhausted and tired, this is not at all part of the method of Shi K. Pattabhi Jois. We must build our Sadhana, day after day. Not to be ambitious, if not we will only lead us to dead ends, which inevitably we will have to turn around and walk the same way, or we'll be hitting our head on a wall, not going anywhere except entering inside frustration.
Six - this is a special practice. Which is an instrument to be happier. Let´s keep ourselves calm. It is not a war between us and the positions, but otherwise, it is an experience of peace, tranquility in each breath, in the most easy postures or in the most demanding.
Seventh - practice regularly, extend the mat every day and give ourselves the opportunity to experience the Ashtanga Yoga as an integral part of our daily lives. And our practice is something just ours, that our practice will not be equal to the colleague's side, and not have to be compared. No matter if we are still in the middle of the First Series, and now we started making Third, it is important to notice how we practicing, what is the state of our breathing? How is our mind?
Eighth - Surrender and acceptance are key parts to a process of transformation. Surrender to the method and acceptance of where we are, how we are, how is our body and then let the process continue. And allow arise surprises along the way, suddenly we could move more one millimeter between a hand and the other, or stretched one leg, or get easily to a position that we considered so far, because of fear, impossible. We must be calm. Learn to wait, without rush, because the only secret of Ashtanga is practice with the right intention and correct techniques.
Happy practicing!