quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

2012 WORKSHOPS AND RETREATS





É sempre uma enorme honra, organizar workshops e retiros que pretendem ser dias intensivos dedicados à prática & estudo do nosso Ashtanga Yoga, onde temos acesso a novas perspectivas, conhecimentos e técnicas que transbordam de inspiração e motivação para uma maior compreensão, aprofundamento e crescimento. Contaremos com professores especiais, incontornáveis e gigantescos da comunidade Ashtangi internacional, verdadeiras mais-valias para a nossa prática, puras inspirações para quando estamos em cima dos nossos tapetes.



Em 2012 teremos a presença marcante de:
David Robson a 16, 17 & 18 de Março,
Peter Sanson a 28, 29, 30 & 31 de Maio,
Mark Robberds a 12, 13 & 14 de Outubro






domingo, 19 de fevereiro de 2012

My Ashtanga Yoga Super Hero(s)






É fácil sermos arrebatados, deslumbrados, inspirados, motivados, basta lermos a biografia da vida de um excepcional Shri T. Krishnamacharya, ou de um grandioso Shri K. Pattabhi Jois, ou vermos um filme de uma das demos do nosso querido Sharath Jois, ou conhecermos pessoalmente um professor como o Rolf Naujokat, ou sentarmo-nos num "Coconut stand" e ficarmos a conversar com mais um praticante que nos conta a sua história de determinação e força de vontade, onde venceu um cancro com a ajuda comprovada da sua prática de Yoga. É fácil ficarmos impávidos depois de circularmos numa comunidade crescente de pessoas que por meio da prática, tentam chegar a uma conduta de vida mais positiva, equilibrada e feliz.


A nossa lista de Ashtanga Yoga Super Heros cresce, vai de um conjunto de professores marcantes, Yoguis notáveis, a colegas e amigos praticantes. E muitas vezes esta lista de super heróis é acrescida por um conjunto de pessoas "normais", verdadeiros Clark Kents, pessoas com um trabalho normal, com responsabilidades, deveres, obrigações e que apesar de uma suposta caracterização de normalidade, são super heróis que instigam tanto ou mais que os outros.

Para mim este conjunto de extraordinários, são as pessoas que entram por esta porta, são pessoas que há uns meses, há uns anos, não chegavam sequer com as mãos ao chão quando faziam uma flexão à frente, ou que mal conseguiam respirar de forma ritmada, prolongada, consciente, ou que se afirmam com pouca ou nenhuma capacidade de concentração.

Mas pela sua determinação, dedicação, prática a prática, dia a dia, mês atrás de mês, ano após ano, vêm a integrar a minha colecção de inspirações.

*fotos retiradas de www.yogabones.org e www.ashtanga.dk

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Ashtanga Connections



Mais do que uma casa onde praticamos o nosso Ashtanga Yoga, este é um espaço de partilha de ideias, histórias e inspirações. Para comprovar estas vertentes do Ashtanga Cascais, resolvemos construir o ASHTANGA CONNECTIONS, como plataforma online dentro do nosso blog, www.ashtangacascais.blogspot.com, que apresentará e difundirá as vossas ideias, hobbies, actividades e áreas profissionais.

Esta plataforma nasce por verificarmos que temos tantos praticantes com profissões liberais, uns com empresas próprias, outros são trabalhadores independentes, outros trabalham para outrém mas nos seus tempos livres, vêm a desenvolver ideias e projectos pertinentes, empreendedores e inovadores.


Quantas vezes procuramos uma pessoa ou uma empresa que prestam determinados serviços, mas até preferíamos alguém que conhecemos? Dentro da sala, enquanto praticamos, não temos escrito as nossas profissões nas nossas testas, ou as nossas actividades profissionais, as nossas ideias e projectos pessoais, mas nos tapetes à frente, atrás e ao nosso lado, estão praticantes que são arquitectos, designer de moda, costureiras, designer gráficos, tradutores, psicólogos, massagistas, contabilistas, carpinteiros, electricistas, fadistas, chefs, etc. Dentro da nossa comunidade Ashtangui existem praticantes com uma variedade de profissões, que podem ser exactamente as pessoas que andamos à procura.


O Ashtanga Connections estará na barra lateral direita na página principal do nosso blog, aproveite este espaço e anuncie os seus serviços e a sua empresa. Porque uma comunidade de Ashtanga, vive destas trocas, destas partilhas. De conversas antes e depois das aulas, de recomendações e sugestões, de ajuda e de apoio e especialmente de muitos sorrisos na hora de, juntos, celebrarmos mais uma vitória no tapete, seja porque alcançamos aquela postura, porque finalmente sentimos a nossa respiração, ou que simplesmente conseguimos acalmar e libertarmo-nos do stress de um quotidiano agitado e cada vez mais impessoal.


*ilustração de Boonchu Tanti

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ashtanga Yoga and Pregnancy by Mrs. Stan





Há já alguns anos que penso em escrever sobre Ashtanga Yoga na gravidez, mas sempre considerei que seria bem mais pertinente e revelador, se redigisse este artigo depois de ter a experiência da gestação. Enquanto pensava sobre este tema, lembrei-me da primeira vez que vi a Stan Byrne, à porta do KPJAYI, em Mysore. Estava acompanhada pelo seu marido, o David Robson, recordo-me de ter ficado a olhar para a Stan porque a foi a primeira vez que vi em Mysore, uma praticante grávida, e confesso-vos que foi muito especial e inspirador poder observar algumas partes da sua prática. Para todas as praticantes que estão a pensar em serem mães e para aquelas que estão grávidas,
aqui fica a entrevista com Stan Byrne.




Name
Stan Byrne
Profession
Yoga Teacher and Writer
Age
36

When and how did you start practising Ashtanga Yoga?
I was practising a vinyasa style about 5 years ago when I went to Mysore with my husband David Robson, and since then I have maintained a daily Ashtanga practice.

Do you remember the moment(s) that you felt that Ashtanga Yoga would be your daily practice?
I was in Mysore, practising primary series at the shala. I was so fearful of doing drop backs, and I would wait for Sharath to help me every time. One day, he told me I had to go back by myself and I sort-of made a feeble attempt at bringing my arms back. Then I stopped, waited for him and looked sheepish. I thought I could maybe get away with that behaviour for the rest of the trip because there were so many students - how could he remember me? But the next day, he stood at the opposite end of the room and screamed "GO DOWN! GO DOWN!"All these thoughts went through my head: "I am going to break my neck, my arms, I will never walk again"...he kept screaming. And so I dropped back. I caught myself, and I watched the tears in my eyes plop down on my mat. I didn't die or break my neck, I was fine. I felt relieved, proud, excited - it was an amazing moment of conquering my fear.
Sharath was quiet for a second, and then he screamed, "NOW COME BACK UP!" And that is the moment I got hooked. You are never finished in Ashtanga Yoga. There is always somewhere else to go.

If you had to say three words that describe Ashtanga Yoga, what you would choose?
Challenging, meditative, energizing.

You are a mum, and during your pregnancy you kept doing Ashtanga Yoga.
After you found out that you were pregnant, how long did you wait until you started practising and when did you stop practising?
I personally didn't stop practising in the first three months and I practised the day I went into labour. I know many women feel more comfortable waiting for three months. Of course, it also depends on your medical history and the advice of your doctor. I found it was a very intuitive time for me. The practice helped my morning sickness and later helped me chart the changes in my body. But when you start and when you stop is so personal.

Did you feel any differences in the practice? Describe for us your experience of being pregnant during your Ashtanga Yoga routine.
Absolutely! At first, not so much, but I began to feel very heavy and it was hard to maintain a steady breath. I started taking extra breaths, even in Surya Namaskara, stepping back and forth and I wasn't able to twist anymore. I do remember feeling very scared about falling, and I was always nervous someone was going to knock me over in drop backs. No one did. Again with the drop back fear!

If you had to advise other practitioners that are expecting, what would you would tell them?
My advice would be to not worry about maintaining a practice. Use the practice as a way to relax, release and focus on yourself. When the baby comes, finding time to practice is very challenging. I often have to rush through my practice now so that I can attend to my son. In retrospect, I wish I had rested more and enjoyed longer, slower practices while I was pregnant.

Is there any major precaution that they should be reminded about?
I think just listen to your teachers and your intuition. You will know when you are pushing yourself too hard.

After your baby was born, how long did you wait until you went back to your mat?
I started Surya Namaskara after two or three weeks, but I didn't go back to the my studio, Ashtanga Yoga Centre of Toronto, until 6 weeks. It might have been a little too soon for me. I needed the 45 minute break from the baby, but I injured my hamstring pretty soon after because I couldn't contain my bandhas.

Was it difficult to go back to your practice? Did you feel any differences in your body and mind?
I loved getting back on my mat. I felt so weak and stiff - but I loved having the opportunity to move my body and listen to my breath. It took about 10 months to get my practice back to where it was before I got pregnant. But whenever I faced any challenges, I kept telling myself, "I gave birth, I can do anything!" I wasn't really doing anything special on the mat - but I felt strong, resilient and ready to face the world. My practice became more of a sanctuary for me after I had Holden. It was less about good or bad practices, triumphs or disappointments, and more about finding time to breathe.

In your opinion, what are the benefits of practising during pregancy and after the baby is born?
During pregnancy, I loved the awareness of my body that the practice brought.
When you have children, your whole life can be about work and family. It is really easy to get lost inside of that. I remember the first few weeks after Holden was born, I felt so overwhelmed and busy - I couldn't figure out when I could get 5 minutes away to take a shower. I can't imagine not having that time to practice now. I think I would drive my family crazy if I couldn't practice. My practice makes me a better mom, because I have that time for myself everyday and I can devote more energy to Holden and his needs.

When you think about your practice during your pregnancy, and after the pregnancy, what is the first word that arises in your mind?
Freedom!

*Stan Byrne
www.ashtangatoronto.com
www.missstan.com

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Inspired by Mr Gold

"I’ve seen it time and time again. A student is great as long as he or she is in the improvement phase of practice. Things are opening up. New asanas are coming regularly and life is good, indeed. This student is often one of the loudest and most enthusiastic proponents of how great the practice is… that is until he or she hits a dreaded plateau. (...) Doubt breeds dark thoughts. Eventually, the spectre of “what’s the point” starts whispering in the student’s ear. He or she starts missing class here and there. When he or she comes to practice, the missed days make practice more difficult and a vicious cycle of difficulty and doubt spins downward until… It’s quitting time! The formerly enthusiastic student eventually jumps ship. Sometimes, these students find their way back onto their mats. Sometimes, the experience of what life is like without practice is enough to renew their commitment. Sometimes, these students move from teacher to teacher looking to be saved by a magic adjustment or practice-tip. Sometimes, the student moves to another style of yoga or another activity altogether where he or she can experience the quick improvement phase again. (Citação Paul Gold, no seu artigo " The Despairing Ashtangui, em www.paulmitchellgold.wordpress.com).

Quantas vezes fomos vencidos pela falta de paciência e confiança, pelo descrédito ou até pela arrogância? Quantas vezes questionámos esta prática, porque de um momento para outro sentimos dores? Ou cansaço, ou falta de entusiasmo? Quantas vezes apeteceu-nos mudar de professor, de método de Yoga, ou até alterar a nossa rotina diária por uma outra actividade, uma que não obrigue a vermos e a sentirmos tanto?

Quando praticamos Ashtanga há pouco mais de um, dois ou três anos, e desde o início que reconhecemos limitações no nosso corpo e mente, que temos noção de algumas dores e bloqueios físicos e emocionais, que somos obrigados a usar variantes nas posturas, e no entanto sentimos um transbordante entusiasmo de quem está no começo do processo de estabelecer uma prática diária, de descoberta das posturas, de viver a ideia pré-concebida de evolução. A vivência de um deslumbramento, onde tudo parece fluir, onde tudo está mais certo, mais fácil, onde somos mais vivos e mais felizes.

Com a continuidade das práticas, dos meses e dos anos de mantermos esta rotina de 6x por semana, tropeçamos em nós mesmos e nas nossas considerações e projecções sobre perfeição, dor e estagnação. De repente o entusiasmo perdeu-se e sentimo-nos frustrados, porque estamos retidos nas mesmas posturas, temos dores, ficámos fechados dentro do nosso corpo e encarcerados na nossa mente. E é nesta altura que muitos de nós desistem, mandam os "mats" para um canto do armário e substituem a prática por uma outra actividade, uma que seja mais fácil, mais simples, menos intensa e especialmente, uma que não obrigue a lidarmos com os nossos medos, frustrações e ansiedades.

Este período de ausência servirá para muitos de nós nunca mais voltarem e pelo contrário, alguns encontram nesta privação, o verdadeiro sentido do Yoga. Cabisbaixos e envergonhados, batem à porta da escola, onde são recebidos pelo sorriso do professor, que como praticante sabe o que sentimos e o que nos assustou.
O regresso não é fácil, o corpo esqueceu como dobrar, como torcer, como esticar. As dores que outrora sentíamos, as mesmas que chamávamos de entraves à prática, continuam nos nossos corpos e nas nossas mentes e levará tempo até compreendermos o que Paul Gold afirma em todo o seu artigo, especialmente no último parágrafo, "So what’s the antidote to despair? The simplest answer is to keep in mind that more asanas is not the measure of success in yoga practice."

Munidos de paciência, humildade e coragem aceitamos as nossas limitações e largamos os pressupostos de perfeição, de certo e errado, de evolução e estagnação e com inteligência e fé, superamos as dificuldades, percebendo que "Roma e Pavia não se fizeram num dia" e que o processo de Yoga não são as posturas que temos, mas o processo de nos encontrarmos.
Olhamos para trás, para o nosso passado, para os capítulos da história da nossa prática, sorrimos. Porque é nítido que o dia que retirámos o "mat" do armário e aceitámos as dificuldades, foi o dia em que começamos a praticar Yoga.



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

HAPPY 2012


Hoje tive a companhia do Pai Natal e das Renas e embora esteja novamente em Portugal, foi como se estivesse no shala em Mysore, o calor era tanto que o Sr. das Barbas dispensou o casaco e o barrete, uma das Renas ficou verde de tanta retroflexão e eu quase que senti os ajustes do meu professor, dos quais confesso já sentir muitas saudades;)). Uma boa entrada em 2012. Boas práticas.




*ilustração Boonchu Tanti

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Perfil do Professor - Tim Feldmann



Lembrei-me de começar um ciclo de entrevistas com os professores que passaram ou que vão passar pelo nosso Ashtanga Cascais e que as suas respostas servissem como directrizes para a construção de um perfil de Professor. Não podia deixar de iniciar este projecto, com a entrevista ao meu querido amigo e professor Tim Feldmann.

Para os que tiveram o privilégio de o conhecer, com toda a certeza que recordarão os dias do workshop de Cascais, neste Setembro passado, das suas palavras e do seu jeito simples e tão especial de partilhar as suas perspectivas sobre o Yoga. E para aqueles que ainda não o conhecem, encontrarão inspiração para a continuidade neste processo, caminho e viagem interna e externa que é praticar este Ashtanga Yoga.

How Ashtanga Yoga appear in your life, and when did you decide that this Yoga system would be your daily practice?
In 1992 I had an accident where I broke my knees, feet, elbow, nose and had a a bunch of soft tissue damage. I was a young dancer at the time and I spend 2 years rehabilitating, learning to walk prober and move again. I was lucky and stubborn enough to pick up my dream again of living and dancing in new york city. It was where I was introduced to yoga by a friend and dance teacher and soon I began studying yoga at Jivamukti. It brought me in daily contact with a sub-layer of myself which I could only touch occassionally through dance, a psyco-emotional kinda spiritual layer that felt like coming home. I had practiced the Jivamukti style for 4-5 years when I met Lino Miele (senior Ashtanga Yoga teacher) in a weekend workshop in Copenhagen/Denmark, my city of birth, and it was an instant fit. I have practiced Ashtanga Yoga since.

What was or is the biggest obstacle to your practice?
As I mentioned I have had some serious physical ailments to heal and care for and still to this day I need to check in with certain places in my body on a daily basis to see how available they are to me. It defines my practice as well as my state of mind. I have had to become very very aware and seek a lot of information to be able to sustain my practice. But opening a yoga shala (Miami Life Center) in 2006 took an momentary toll on progressing in my practice as there was always too much work to do and not always enough mental capacity nor hours in the day. The shala is now established and doesn't take the same amount of care as it did the first years. I now find time for more satisfying sadhana again.

What was or is the biggest inspiration to your practice?
At first, Lino and his practice and all the yogic information he carried with him was like a whole new world cracked open for me. He set me on fire! And again later when I met Guruji some of that information began to settle into me in a truly healing and wonderful way. There has been a few other magnificent individuals like that over the time of my studies .. My wife, my close friend Greg Nardi, Tim Miller and a few others.
And of course my physical injuries have been as much a blessing as an obstacle. I have learned more from the periods where I could hardly move than in most other situations in my life. Dealing with injuries has not been an easy path for me but a true teacher on all levels. Just as the Yoga Sutras talk about life as essentially a state of suffering from which we can derive the sufficient self-knowledge to find a way out, so has my body helped me towards a deeper understanding of the practice, of teaching, of myself, of this life and my relationships with other people. It's been huge. But, it is one of these gems that you're not sure if you want for any other people!


With your experience as an Ashtanga Yoga teacher, and by teaching so many Ashtanga practitioners from different parts of world, do you see any common difficulty that they find in the practice?
Steadiness (of mind) seems to be a universally common one, but of course that is no surprise as we already know that from pretty much any significant text on yoga! Dealing with pain, fear, doubt and finding how to submit oneself to oneself beyond the thin crust of the ego-artistical grip is another one that is at the forefront when we teach this method. That again is (yoga) textbook stuff and it shows its face in so many ways on the practice floor. How do we deal with dropping back for the first time? How do we get the mind moving again when it locks down on a particular situation (read fear) such as a knee pain? How do we surpass our patterns and emotional attachments towards what we eat, when we sleep, who we share with, how we share with other people and so forth .. In the face of realizing that something particular that we do/feel/like/think might feel natural and somewhat fulfilling while obvious negative repercussions are surfacing in front of our eyes? How do we deal with that when our practice begins to slowly remove the veil and make us see clearer and think slightly different? How do we deal with the duality and confusion we suddenly experience? That is the kind of issues I believe I see almost everywhere I go and which inspires me to seek more information. And of course there are physical issues too, like padmasana, marichyasana D and so forth, which is difficult for most western bodies and minds to succumb to.

If you had to advice practitioners about the best way to keep a strong, consistent, long term Ashtanga practice, what you would say?
Listen to Guruji. Listen to the Patanjali. Practice frequently, practice mindfully, practice not for the maximum you can squeeze out of your body today but for how to make your practice tomorrow more wholesome. Find the good teacher and stick to one method. Allow ups and downs in your practice; allow boredom, inspiration, juicyness, fatique and any other emotion/sensation/state of mind yet maintain your relationship with your yoga mat - without it you loose your sight and your parameter.

And when you think about your own practice, which is the first word that appear in your mind?
2nd phase!
I am in my mid 40s and my body is in a huge change. It feels very different from 10 years ago. I am learning to move in a whole new body these days. It is fun, weird, frustrating and surprising - it teaches me sooo much. I think we are better friends than we ever were. I used to order it around telling it what to do and when to do it. Now I have to listen, ask nicely and sometimes send in request forms before I can commence with something I want it to do! I think that is ultimately much more healthy for both of us.

Thank you Tim.
You are such a great and inspiring person.


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

I´m not doing it!


"Não faço isto... hoje eu não vou fazer isto... não faço... ele está ali de costas, agarro o mat e pisgo-me daqui, nem vai dar pela minha falta... AHHHH cala-te mulher, foca-te, respira e faz... 1...2...3... inspira e vai para trás e entrega a Deus... AHHH não consigo!... estou perra... dói-me as costas... não quero fazer isto... só me apetece chorar... Mãeeeeeeeeeee.... o que eu dava por um abraço, hmm da avó Lucinda, que nunca mais vou ver... ahhhhhhh que medo... não percebo de onde é que isto tudo está a vir... ups, ele já está a olhar para mim, tenho de fazer isto... coragem... respira... calma... é só lembrar-te da técnica, focar na respiração, isto é só mais uma postura... não há razão nenhuma para este drama... respira... Mulher respira... vai... 1...2...3... vai e entrega a Deus..."


Existem posturas que trazem alguma dor ou incomodo emocional, mental e infelizmente, físico. Para melhor nos protegermos e ao mesmo tempo conseguirmos superar estes obstáculos e alcançarmos um estado de maior tranquilidade durante a nossa prática de asana, há que ajustarmos a técnica e o alinhamento ao nosso próprio corpo, reconhecermos o nosso potencial e ao mesmo tempo, respeitarmos as nossas limitações e sem ambições infantis ou projecções de um Ego com vontade de brilhar, compreendermos e aceitarmos exactamente onde está o nosso corpo, a nossa mente e a nossa alma e com paciência e serenidade analisar as reacções que a postura nos traz, quer seja boa ou má, o Yoga começa ali, quando estamos em cima do tapete e temos de ouvir o frenesim dos nossos pensamentos, sentirmos todo um rol de emoções e com discernimento, a rir ou a chorar, simplesmente conseguirmos estar presentes.Eventualmente o ciclo de pensamentos acalma, as emoções deixam de ser tão intensas e opostas e a postura começa naturalmente a acontecer, fruto da nossa entrega, inteligência e trabalho.




*Eira Adeli, Ashtanga Cascais, 2011

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Mysore 11


























We learn to stay on the task...


Estamos a chegar a mais um final de ano e com toda a certeza que este próximo 2012, será muito exigente, espero que a vossa prática de Ashtanga Yoga, sirva de animo, inspiração e motivação, para terem a confiança, a energia e a "garra" para superarem qualquer obstáculo que apareça no vosso caminho.


Se há coisa que esta prática ensina é que "(...) We might observer our tendency to overcompensate, or the inability of our mind to stay focused on the posture, or the tendency of our breath to become shallow or disconnected. The specifics of our observation are less important that the fact that we learn to stay on the task, observing-correcting, observing-correcting, using technique and countertechnique, and then letting them go to be there for whatever is presenting itself without the distractions of concluding, projecting, accepting or rejecting. Observing our body as the field of the practice, we gradually begin to see interrelated processes and patterns within the mind, the body, and the breath as they occur, and this allow us to fall into a very deep state of meditation". Richard Freeman, "The mirror of Yoga - Awakening the Intelligence of Body and Mind", Shambala Publication, Inc., 2010


Começamos todos por aprender a respirar, uma respiração estável e ritmada, que permita entrar, permanecer e sair de cada postura (vinyasa) com a mente atenta e focada, posteriormente vamos conhecendo a correcta forma de executar as posições, assim como os drishtis e os bandhas. Desenvolvemos as técnicas do Ashtanga Yoga, delineado por Shri K. Pattabhi Jois (1915-2009) e percebemos que estas são meros veículos para a concentração, consciência e observação, primeiro dos padrões da nossa respiração, depois do nosso corpo e da nossa mente.

Somos gradualmente levados para a vivência do presente, sentimos realmente a nossa inspiração e a nossa expiração, o esticar do braço esquerdo, o levantar da perna, o dobrar para trás, reconhecemos um corpo, o nosso corpo, reparamos como funciona o processo de identificarmos, catalogarmos, analisarmos, projectarmos. Traçamos teorias e conclusões, distinguimos bom do mau, fácil do difícil, ágil do pesado, todo um mundo de oscilações que nascem e são perpetuadas pela nossa mente, opostos que influenciam a nossa forma de pensar e agir.

Esta prática utiliza o corpo como meio concreto de sentirmos e observarmos o poder da nossa mente, de cruzarmos análises face aos nossos vrttis (oscilações da mente) e samskaras (padrões de pensar, sentir e agir), de traçarmos teorias sobre como executarmos as posturas, como respirarmos nestas, de verificarmos como unimos objecto, pensamento e emoção, mas chega a uma altura que temos de largar todos estes conhecimentos, largar o 1% de teoria e saborearmos os 99% de prática, raízes fortes para simplesmente estarmos, para sermos, respiração, corpo e mente, para sermos um e sem distinções de opostos, sem caracterizações ou monólogos mentais e emocionais, vivemos uma prática e uma vida, onde existimos plenamente.

Aprendemos a estar em nós mesmos, a estar no momento, a mantermos-nos na "tarefa" até ao fim, aumentamos os conhecimentos sobre nós mesmos, a nossa confiança e crença, o nosso discernimento e "garra" para ultrapassamos as dificuldades no tapete e fora deste. Aprendemos a estar na "task", a estar presentes.