Uma verdadeira inspiração advinda do Canadá... um exemplo especial do que é ser professor de Ashtanga Yoga, do que é uma escola de Ashtanga Yoga, do que é ser aluno e praticante de Ashtanga Yoga, do que é e como funciona o Ashtanga Yoga.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
"Living the Practice" - Ashtanga Yoga com David Robson
Uma verdadeira inspiração advinda do Canadá... um exemplo especial do que é ser professor de Ashtanga Yoga, do que é uma escola de Ashtanga Yoga, do que é ser aluno e praticante de Ashtanga Yoga, do que é e como funciona o Ashtanga Yoga.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Perfil do Aluno - Vera Garnel
Nome
Vera Garnel
Idade
43 anos
Profissão
Advogada
Como e quando ficou a conhecer o Ashtanga Yoga?
Em 2009 fui levada por uma amiga a uma aula. A componente de exercício físico descrita pela minha amiga foi francamente a força motriz.
Qual foi a primeira impressão desta prática de Yoga e o que a motivou e motiva a praticar este tipo de Yoga?
Não me lembro se terá sido a primeira impressão, mas cedo reparei que para além de representar um exercício físico fortíssimo (um desafio permanente até hoje), a prática é uma lição e treino permanente no viver e respirar 'agora'. Quando pratico, a intenção de concentrar-me na energia que existe em mim e colocá-la ao serviço das posturas, do movimento, do equilíbrio em vez do que se passa 'lá fora', o que se passou ontem, passará daqui a cinco minutos ou amanhã, é profundamente libertadora. A transpiração - por muito estranho que pareça - é purificadora, o relaxamento no final é descanso na verdadeira acepção da palavra. Nem sempre consigo concentrar-me totalmente, mas quando consigo é uma experiência difícil de descrever.. Cada vez mais, sinto que através da pratica consigo transcender o barulho mental habitual e apenas 'estar', com dores nos joelhos, irritações, medos, ..., mas sem qualquer julgamento.
Com uma vida profissional exigente e sendo mãe de 5 filhos, considera que o Yoga a ajuda a enfrentar as responsabilidades profissionais e familiares quotidianas?
Respondo-lhe ao contrário.
Quando por alguma razão não posso praticar durante algum tempo, todas as tarefas de que a minha vida é composta se tornam mais pesadas. É mesmo assim. Para além de ser, em muitos dos dias, o único espaço só meu, a pratica representa, entre outras coisas, uma tomada de responsabilidade pelo meu bem estar em primeiro lugar, como base para quaisquer responsabilidades perante os outros. E tem, de facto, um efeito muito surpreendente sobre a minha maneira de estar face às ditas 'responsabilidades'.
Aconselharia o Ashtanga Yoga, a outra mãe? Se sim, porquê?
Quando pratico em casa, o sucesso na plateia é garantido, claramente.
Aconselharia a outra mãe como a qualquer pessoa.
Quais são os maiories desafios que encontra na sua prática pessoal de Yoga?
Raramente são os mesmos dois dias seguidos, mas talvez derivem de uma matriz comum, estar totalmente CONSCIENTE da prática. Fora isso, magoar-me porque excedi os limites do meu corpo e ter que viver com isso, por vezes durante semanas, é um desafio.
Quando pensa na sua prática, qual é a primeira palavra que surge na sua mente?
Entusiasmo.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Loving Kindness Meditation
Aprendi esta meditação no curso da Nancy Gilgoff, chama-se Loving Kindness Meditation, interiorizei na versão inglesa, mas com certeza que encontram a sua tradução.
É uma óptima forma de começar ou acabar o dia e não só nos acalma, como conseguimos trazer tranquilidade, paz e serenidade para o nosso corpo, mente e coração, mas também, enviar estas características para as pessoas que mais gostamos; para as pessoas com quem temos algum tipo de conflito; para alguém ou algo, que identificamos que são significado de paz, de felicidade, seja Jesus Cristo, Buda, Ganesha, a Madre Teresa de Calcutá ou a nossa avó, mas ainda e também, para pessoas que se cruzaram na nossa vida e que nos marcaram de alguma maneira e no entanto, são meros desconhecidos, seja o porteiro do nosso prédio, o mendigo de sorriso genuíno, que dorme junto do estacionamento onde deixamos o nosso carro, ou a senhora que todos os dias nos vende pão quente e que tem olhos que demonstram, uma vida de trabalho.
LOVING KINDNESS MEDITATION
MAY I BE FILLED WITH
LOVING KINDNESS
MAY I BE WELL.
MAY I BE PEACEFUL AND AT EASE.
MAY I BE HAPPY.
(Sente-se numa posição confortável de pernas cruzadas, endireite a sua coluna, coloque as suas mãos sobre os joelhos, ou execute o Jnana mudrá (juntando o polegar ao indicador, esticando os restantes dedos, rodando as palmas da mãos para cima), ou opte por outra posição, em que as suas mãos permitam estar conectado.
Feche os seus olhos, até ao final da meditação.
Sinta a sua respiração, sinta-se presente na sua respiração.
Encha os pulmões de ar e esvazie, sempre pelo seu nariz.
Faça respirações conscientes, prolongadas e lentas.
Vá aos poucos, interiorizando onde está e o que está a fazer.
Leve à sua mente, a imagem do seu corpo, sentado, nessa mesma posição e repita mentalmente,
May i be filled with Loving Kindness. May i be Well. May i be Peaceful and at Ease. May i be Happy.
Repita algumas vezes, sejam 5, 10 ou 15x, até verificar que estas características estão em si, no seu corpo, na sua cabeça, no seu coração.
Visualize, agora, mentalmente, a imagem de alguém, próximo, um familiar, um amigo.
Alguém que ame, alguém que é importante na sua vida, traga-o para junto de si e afirme
May you be filled with Loving Kindness. May you be Well. May you be Peaceful and at Ease. May you be Happy.
Reproduza as vezes necessárias, até sentir que enviou estas características à pessoa que escolheu.
A primeira pessoa que surgir à sua mente, é a pessoa escolhida.
Não troque de pessoas. Mantenha a sua primeira escolha.
Respire.
Vai agora visualizar alguém. com quem tem ou teve algum problema, algum conflito, chame esta pessoa (mentalmente) para junto de si, quer esteja à sua frente ou ao seu lado, afirme,
May you be filled with Loving Kindness. May you be Well. May you be Peaceful and at Ease. May you be Happy.
Repita estas frases, as vezes necessárias, até sentir que brotam do seu coração, passam por cima dos sentimentos, emoções, ou conflitos que tem ou teve com esta pessoa.
Sinta-se em paz e envie paz.
Escolha agora, uma pessoa, uma personalidade, uma identidade, algo que para você, tenha o significado de paz, de estabilidade, de felicidade e diga novamente as frases da Loving Kindness Meditation.
E por fim, irá eleger uma pessoa desconhecida ou um grupo de pessoas, que de alguma maneira a marcaram, que chamou ou chamaram a sua atenção e reproduza mentalmente, as palavras da Loving Kindness Meditation.
Termine a meditação, permanecendo alguns instantes em silêncio, consigo mesmo, com a sua respiração, com as palavras que evocou para si e para os restantes.)
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
WORKSHOP INTENSIVO DE ASHTANGA YOGA COM TIM FELDMANN, NOS DIAS 9, 10 e 11 de Setembro

Programa
dia 9 de Setembro, sexta-feira, às 19h
aula " INTEGRAÇÃO DA RESPIRAÇÃO E DOS BANDHAS NO ASHTANGA YOGA"
interiorização da respiração e execução dos bandhas, localizando-os fisicamente, imprimindo uma qualidade meditativa na prática, acentuando o seu potencial e mostrando como afastar a ansiedade e stress quotidianos, através de uma prática de Yoga fluída e focada.
(duração da aula 2 horas).
dia 10 de Setembro, sábado, às 8h
aula de Mysore Style
(duração da aula 2 horas)
às 11h
aula " 5 PASSOS PARA SALTAR À FRENTE E ATRÁS"
desafiando a gravidade através de simples mecanismos anatómicos, associados a determinados pontos de alinhamento, desenvolvendo força interna, que coordenada com o peso do corpo e sincronizada com a respiração, cria fluidez e eficiência na hora de saltar.
(duração da aula 2.5 horas)
dia 11 de Setembro, domingo, às 8h
aula de Mysore Style
(duração da aula 2 horas)
às 11h
aula " STHIRAM SUKHAM E RETROFLEXÕES"
estimular um estado de Sthiram Sukham Asanam, um estado de firmeza e conforto em cada postura.
Reconhecer os princípios anatómicos de alinhamento e estiramento para executar retroflexões, suportadas pela consciência no corpo, aumentando a circulação de energia que percorre a nossa coluna.
(duração 2.5 horas)
As aulas de sábado e domingo serão todas no período da manhã.
Entre a prática de Mysore e a aula seguinte, faremos uma pausa, das 10h até às 11h, para comermos algo leve e conversarmos um pouco com o Tim, com tempo para perguntas e respostas sobre a prática.
O local do workshop -
de momento a sala do Ashtanga Cascais está lotada, até ao dia 20 de Agosto, enviamos a nova localização do espaço.
Valor do workshop -
120 euros
pode ser pago parcelas de 2x 60 euros.
Se pretendem participar neste workshop mas não têm disponibilidade para vir os 3 dias, podem frequentar apenas algumas aulas, o preço por aula é de 30 euros, no entanto e de acordo com a opinião de Tim Feldmann, este workshop está criado para que possamos usufruir de novas perspectivas e instrumentos para a nossa prática diária de Ashtanga Yoga, fazendo sentido de estarem em todas as aulas, porque terá uma componente prática muito forte, mas também trabalhará em particular, pontos fundamentais deste método de Yoga, a respiração, os bandhas, a coordenação da respiração com os movimentos e posturas, a consciência do corpo e a correcta atitude mental.
Se tem oportunidade, não deixe de se inscrever neste fim-de-semana intensivo de prática e estudo de Yoga.
Inscrições em
ashtangacascais@gmail.com
916034770
domingo, 31 de julho de 2011
Ashtanga Yoga, Crise, Troika e FMI

Antes ou depois das aulas, há sempre algum tempo para 3 ou 4 dedos de conversa com os alunos, muitos aproveitam para desabafar um pouco, é aqui que fico a saber a razão porque estiveram tão leves durante a prática, porque esboçaram com mais facilidade um sorriso, porque conseguiram estar mais focados, porque tiveram mais determinação, porque deram mais de si, ou pelo contrário, porque estavam mais cansados, mais tristes, mais preocupados, mais desatentos, mais perdidos, mais angustiados. Vários têm lamentando que a vida está complicada em Portugal, que tudo é mais caro, outros afirmam cabisbaixos que perderam os seus empregos, uns mostram-se desconfiados e amargurados quanto ao presente e futuro e outros, salientam as saudades de outros tempos. Mas também há, os que refilam que estão com pouco tempo, pois o emprego que têm, exige cada vez mais dedicação e existem ainda, os que entram calados e saem mudos, mas nota-se que as suas preocupações são muitas, com a ideia de, "o que fazer depois do verão? ".
Que estamos todos metidos numa grande alhada, isso todos já sabemos, também já compreendemos, que andamos a pagar mais por tudo, seja a comida que compramos no supermercado, a gasolina que utilizamos nos nossos carros e toda uma série de serviços que consumimos nos nossos quotidianos. Que uma boa parte da população está com a corda no pescoço com os empréstimos ao banco, pela a compra de casas, carros, etc e que uma grande parte dos portugueses está no desemprego ou em risco de desemprego, enfim, os problemas são vários, mas, e o que fazer depois do verão?
Para muitos não existe um depois, as estações do ano há muito que deixaram de ser influência para alguma coisa, quer haja sol ou chuva, quer esteja quente ou frio, o que interessa é chegarem a uma solução e com optimismo, trabalho, dedicação, sacrifício, desenham em centenas de folhas de papel os seus planos para voltarem ao mundo do trabalho, talvez de início não sejam os empregos dos seus sonhos, nem sejam trabalhos no curso em que se especializaram, outros, colocam em prática antigos sonhos, juntam-se a outros colegas, que como eles, querem uma vida melhor, uma vida com significado.
E quer seja verão, quer ainda hajam subsídios, ou não, esboçam conscientemente saídas para a sua crise pessoal, independentemente da Crise em que o país se encontra. E são estas pessoas que fazem a diferença, porque invés de estarem deitadas na toalha a apanhar sol, na espera inútil que as soluções caíam do céu, procuram novas oportunidades usando o seu corpo, a sua cabeça e o seu coração, enchem cadernos e cadernos, com planos e ideias e criam novos negócios, abrem hipóteses para nichos que o mercado ainda não tinha satisfeito, geram novas empresas portuguesas, lutam por colocar o nome de Portugal, como um país não de Crises, de Troikas e FMIs, mas um Portugal sofisticado, cosmopolita, atraente, criativo e credível.
São também estas pessoas, que me inspiram, porque fazem da mensalidade do Yoga, um verdadeiro investimento, usam este dinheiro e vêm religiosamente às aulas, criam saúde nos seus corpos, audácia nas suas mentes e conexão com os seus corações, mantendo a prática de Ashtanga Yoga, como mais um plano, mais um item na sua lista de objectivos, que com uma determinação, que nasceu de uma Crise, esbarra janelas de tantas novas oportunidades.
Obrigada por estes exemplos,
de gente portuguesa,
digna,
trabalhadora,
audaz,
versátil,
humilde e completamente inspiradora.
Muito obrigada.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Keep going

A prática de Yoga serve como um reflexo de nós mesmos, como uma espécie de espelho que reflecte a nossa maneira de ser, de estar, de pensar e sentir. De início é um espelho sujo, manchado, que tem a capacidade de nos iludir, de esconder determinados ângulos, de ocultar pontos específicos que são constituintes da pessoa que somos ou que nos tornámos. Prática a prática, dia após dia, semanas seguidos de meses e anos, acabam por permitir que o espelho fique mais limpo, mais claro, mais visível e por isso, mais fácil de compreender o que deveremos mudar e o que precisamos de enaltecer. Este processo lento e doloroso, é também, altamente compensador e extremamente pacificador, remete-nos para um caminho de amor e paz connosco mesmos e para com os outros.
Mas seria hipócrita e amplamente falso, escrever, que o Yoga nos torna seres perfeitos, sem defeitos, sem espinhos, verdadeiros deuses na terra. Pode-se afirmar que a prática regular nos faz conectar com o nosso corpo, compreender melhor os estados da nossa mente e que gradualmente, abre as portas do nosso coração, mas esta descrição, não surge de um dia para o outro e muitas vezes nem sequer acontece. Para alguns praticantes de Yoga, a mudança ainda está muito longe, a vivência de uma tranquilidade inabalável é um verdadeiro mito, uma utopia digna dos grandes clássicos.
Este estado de amor e paz não é permanente, não se conquista como se fosse um prémio, exige muita dedicação, sacrifício e mesmo por estes, nem sempre conseguimos vivenciar esta realidade tão pouco concreta, que não é palpável, mas que existe, nem que sejam em breves instantes, enquanto mantemos qualquer uma das posturas, reconhecemos a nossa respiração, focamos os olhos num determinado dristhi, sentimos o silêncio que advém de dentro de nós e a inerente tranquilidade.
Prática a prática coleccionamos momentos, pequenos segundos onde saboreamos o estado de Yoga e mesmo para os "normais", como eu, ou como tu, ou como vocês, que sentimos que praticamos há tanto tempo e que o corpo continua fechado, a mente teima em ser ansiosa, o coração sofre pelas oscilações do Feliz e do Infeliz, do Fácil e do Difícil, à que recordar, que somos humanos e se para alguns é tão simples experienciar paz, para outros é mais complicado e dependerá de mais tempo. Nada como continuar a praticar, sem aspirações a prémios, ou expectativas, apenas com a sincera ideia que nos sentimos bem com este Yoga, que nos conforta e nos dá força, para vivenciarmos aqueles instantes, que vamos acumulando como oportunidades únicas de sentir tranquilidade e paz.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Ashtanga Yoga versus Creativity?

O Ashtanga Yoga centra-se na coordenação de uma respiração consciente, controlada e ritmada, com um conjunto determinado de posturas, existe uma ordem precisa no seu seguimento e ainda um número exacto de respirações para entrarmos, permanecermos e sairmos de cada posição. Ou seja, segundo os princípios desenhados por Shri K. Pattabhi Jois (1915-2009) não respiramos de qualquer maneira, não executamos uma postura porque naquele dia nos apeteceu, não olhamos para os outros enquanto praticamos, não saltamos ou omitimos posturas, no Ashtanga Yoga de Jois, existem regras para praticarmos e apenas pelo uso das técnicas é que adquirimos controlo do corpo, da mente e união destes, com a nossa alma.
O ensino deste método de Yoga, poderá numa primeira análise parecer demasiado rígido, exigente e difícil, no entanto e apesar de praticarmos de acordo com um conjunto de técnicas, todos temos uma maneira muito própria de praticar, mesmo que executemos as mesmas posturas, as mesmas séries de posturas, o mesmo tipo de respiração, os mesmos focos oculares e os mesmos selos energéticos, porque não somos iguais, temos corpos diferentes, mentes e almas distintas.
Leccionar Ashtanga Yoga a artistas plásticos, escultores, actores, escritores, jornalistas, designers, arquitectos e outros praticantes que têm a criatividade misturada na sua personalidade e na sua maneira de estar, e que a utilizam como força motriz para o seu desempenho profissional, poderá ser visto como um trabalho ingrato. Todavia, este ensino não é militarizado, respeita as particularidades, as limitações e capacidades de cada aluno, mas para ser Ashtanga Yoga teremos que praticar segundo os moldes descritos no seu método, senão não seria Ashtanga Yoga.
Este Yoga não é contra a criatividade, nem pretende criar um protótipo de praticante robô, um conjuntos de praticantes mecanizados, e sim estudantes que sentem, que são conscientes dos seus corpos, das suas mentes e das suas individualidades, que "Através do nosso encontro diário com nós mesmos no tapete de prática, podemos observar os nossos temores e as nossas fragilidades e cada vez que os reconhecemos eles diminuem um pouco. E assim nos fortificamos tornando-nos mais estáveis e um pouco menos temerosos" (Asana e Lesões em Astanga Yoga, Matthew Vollmer, tradução Lucia Ehlers, Editora Aramytho).
A prática inspira e permite abrir as portas da nossa alma, chegarmos à nossa essência e termos mais noção do que somos e do que não somos, para onde queremos ir e onde não queremos voltar. Este Ashtanga Yoga não é uma prática militar, nem é uma prática standardizada, é sim, uma forma de conexão connosco mesmo, com os outros e com o que está à nossa volta.
* foto de Aula Guiada, no KPAJYI, em Mysore
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Perfil do Aluno - Hugo Raposo
Nome
Hugo Raposo
Idade
36 anos
Profissão
Designer
Quando e onde começaste a praticar Ashtanga Yoga?
Comecei a praticar Yoga em 2007, com o Zé Diogo e um grupo de amigos, em Oeiras.
Quais as razões que te fazem continuar a praticar este estilo de Yoga e não outro?
Depois da breve experiência com o Zé Diogo, pratiquei alguns anos Hatha Yoga no CEY. Agora no Ashtanga Yoga é uma prática mais intensa, mais exigente e mais desafiante.
Sentes que esta prática ajuda no teu dia-a-dia profissional e no teu quotidiano familiar? Se sim, dá-nos alguns exemplos.
Sim, com o Yoga ganhamos uma maior consciência do corpo e do nosso estado de espírito. Gosto de praticar com regularidade, mesmo naqueles dias em que, por algum motivo não apetece. Porque no final da prática, já com aquela sensação mista de cansaço e bem-estar, acabo sempre a pensar para mim: Ainda bem que vim!
Recomendarias o Ashtanga Yoga a quem e porquê?
Recomendo o Ashtanga Yoga a toda a gente! Porque é uma prática que vai além dos benefícios físicos, é uma prática onde nos encontramos connosco próprios e vamos evoluindo nas posturas sem pressas, aceitando aquilo que conseguimos e aquilo que não conseguimos fazer. Qualquer um pode praticar.
Quando pensas na tua prática, qual é a primeira palavra que surge na tua mente?
Surgem várias, mas se tiver de eleger a primeira, será sem dúvida, Respiração.
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Perfil do Aluno - Alexandre Coutinho
Nome
Alexandre Coutinho
Idade
47 anos
Profissão
Jornalista
Quando e onde começaste a praticar Yoga?
Em 2004, em Lisboa, na Casa Vinyasa, com o Tarik van Prehn e a Isa Guitana.
O que te motivou a iniciares a prática de Ashtanga Yoga?
O desejo de adquirir uma prática completa para a mente, corpo e espírito - mens sana in corpo sano - com a qual me sentisse bem e que fosse compatível com a vida agitada e imprevisível que tenho.
O que te faz continuar a praticar este método de Yoga?
Ter progredido de uma forma que nunca pensei ser possível, colher os benefícios de uma prática que me torna mais saudável, resistente, concentrado e disciplinado, e contar com o apoio paciente da minha professora para corrigir os meus erros e defeitos nas posturas.
Consideras que o Yoga fornece inspiração para a tua profissão e para a tua vida?Se sim, apresenta-nos alguns exemplos.
Sem dúvida. Encontro no yoga tudo o que preciso para conseguir levar a cabo os muitos trabalhos que tenho pela frente.
A prática do Ashtanga Yoga, em particular, contribui para reequilibrar corpo e espírito, focando-os num só objectivo, o que se reflecte numa maior concentração e disciplina nas actividades efectuadas no dia-a-dia. Quando praticado de manhã, confere uma energia muito própria que contribui para uma melhor vivência. A diferença é notória, relativamente aos dias em que não se pratica.
Quando pensas na tua prática, qual é a primeira palavra que surge na tua mente?
Concentração
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Aprender com Nancy Gilgoff
Nem sempre é fácil render-nos, entregar-nos de coração aberto, confiarmos plenamente num professor. Às vezes esta conexão terá de nascer do dia-a-dia, do conjunto das aulas e dos momentos na prática, em que percebemos como o seu auxílio, é um verdadeiro apoio e inspiração.
Mas de quando em quando, surge no nosso caminho uma pessoa, que o coração identifica como de especial, gerando uma empatia e dedicação imediata. Foi assim quando conheci e tive a oportunidade de estudar com a professora Nancy Gilgoff, que pela sua maneira de ensinar, trouxe àquela sala, a presença do Guruji. Limou-nos a maneira como respirávamos e como executávamos as posturas, retirando influências de outros métodos de Yoga, levando-nos para uma prática mais pura, simples e totalmente conectada com o que aprendeu desde 1973, com o Guruji.
Com os seus mais de 30 anos de prática, primou para que mantivéssemos uma respiração feita pelo nariz, com som semelhante ao do Ujjayi, em que o tempo e o ritmo da inspiração, fosse o tempo e o ritmo da expiração, sem retenções entre uma fase e a outra. Salientou a importância do som, audível, forte, intenso, capaz de produzir calor interno e circulação de energia, uma respiração forte não significa executada com tensão.
Existem vários livros e professores de Ashtanga Yoga, que apelidam a respiração utilizada na prática, como de Ujjayi Pranayama. Dando um exemplo pessoal, desde que me lembro de ter começado a praticar este Yoga, que oiço falar de Ujjayi e que leio livros onde descrevem a respiração no Ashtanga, por Ujjayi. Mas Nancy, enfatizou que o Ashtanga Yoga, de Shri K. Pattabhi Jois, não utiliza Ujjayi Pranayama, se assim fosse significava que a expiração seria 2x maior que a inspiração.
Reforçou esta ideia, afirmando que o Guruji nunca falou de Ujjayi mas sim, de " Free Breathing" ou apenas " Breathing with sound". Segundo Nancy, a respiração deve ser feita pelo nariz, com o som semelhante ao do Ujjayi, que advém da passagem de ar na parte de trás da garganta, sem paragens entre a fase de inspiração e expiração e com ritmos e quantidades iguais.
Nos artigos deste blog, foram utilizadas várias vezes a palavra Ujjayi como designação para o tipo de respiração que usamos na prática, as minhas desculpas e o meu obrigada, Nancy, pela paciência com que respondeu a estas dúvidas.
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